Adaptação escolar: mais difícil para pais do que para os filhos

DO TEXTO:

Entre tantos desafios pelos quais pais passam com seus filhos, um tradicional acontece no momento em que a criança é inserida na escola. E não é exagero dizer que essa inserção é mais dolorosa e sofrida para os responsáveis do que para os próprios filhos, que muitas vezes iniciam essa nova fase da vida cheios de empolgação.

“Claro que o início da vida escolar marca uma nova etapa da criança, evidencia sua evolução e o início da construção da autonomia e da independência. Tudo isso gera um turbilhão de emoções na cabeça dos pais e, em muitos casos, toda essa emoção é transferida para os filhos, ainda que involuntariamente ou indiretamente, em forma de insegurança, o que torna o momento feliz em algo mais tenso”, afirma Maria José Conrado, coordenadora da Pré-Escola e do 1° ano do Colégio Palmares, de São Paulo.

A coordenadora explica que para o momento ser marcado positivamente e ocorrer com toda a tranquilidade, “são fundamentais, de um lado, a colaboração das famílias, transmitindo confiança e segurança aos seus filhos e, de outro, as ações dos educadores centradas no acolhimento, na confiança, na atenção, na paciência, no cuidado e no vínculo afetivo com os alunos”.

Primeiro, a adaptação dos pais
Anna Carolina Freitas, coordenadora do Gente Nossa, o maternal do Colégio Palmares, indica que o caminho da confiança e da adaptação total da criança deve ser construída primeiramente com os pais. “Esse acolhimento e a criação do vínculo afetivo precisa acontecer com os pais antes mesmo do primeiro dia de seus pequenos na escola”, ressalta Anna Carolina.

Para isso, antes de a criança ser inserida na vida escolar, as famílias dos pequenos entre 1 e 3 anos são convidadas ao colégio e previamente orientadas em relação aos procedimentos adotados nas primeiras semanas de aula.

“Esse contato já traz segurança para os pais e aí o processo com a criança pode ter início de forma mais amena e agradável. Vale dizer que o processo de acolhimento da criança também se dá naturalmente, com o cuidado de individualizar e acompanhar o comportamento de cada aluno”, explica a coordenadora.

Inicialmente, a criança permanece uma hora por dia na escola, aumentando gradativamente o tempo de sua permanência. Nesse período, os responsáveis, se desejarem, podem permanecer no colégio em uma área reservada para eles. “Normalmente, essa fase dura de uma a duas semanas. No entanto, há casos em que em menos de uma semana a criança já se sente plenamente acolhida na escola e os pais sentem-se seguros para retomarem a rotina nessa nova fase da vida de seus filhos”, diz Anna Carolina.

Para as crianças mais velhas, de 4 a 6 anos de idade, o colégio também realiza a orientação aos pais antes do início do período letivo, com detalhes sobre a adaptação e a dinâmica escolar da respectiva série. “Para esses mais velhos, porém, os pais não permanecem na escola durante as aulas, e as crianças passam a frequentar o horário completo desde o início, com o respaldo total e acolhimento individualizado, com a equipe pedagógica respeitando e trabalhando as eventuais dificuldades de cada aluno, de modo a superá-la e deixa-lo pronto para toda a evolução que ali acontecerá”, conclui a coordenadora Maria José Conrado.




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