Jorge Aragão abre a temporada de shows de junho do Samba da Feira

DO TEXTO:

Evento gratuito que reúne famílias todo sábado, no Engenho de Dentro, é a melhor opção de lazer do subúrbio carioca

Sábado é dia de Samba da Feira, a roda de samba que conquistou o público e ganhou o respeito dos artistas.  Tanto que sambistas famosos não perdem a oportunidade de baterem ponto nos Armazéns do Engenhão, localizados na parte externa do Estádio Nilton Santos, no Engenho de Dentro. É o caso do poeta do samba Jorge Aragão, que no próximo sábado, dia 2 de junho, se apresenta no nos Armazéns do Engenhão acompanhado pelo Grupo Bororó, anfitrião do evento.   A entrada é gratuita e o samba acontece das 15h às 23h.

Com 20 álbuns (fora as muitas coletâneas) e mais de trinta anos de estrada, Jorge Aragão é um fenômeno da indústria fonográfica no Brasil. Um dos fundadores do Grupo Fundo de Quintal, o "poeta do samba" explodiu como compositor faz tempo, nas vozes dos maiores intérpretes da MPB e é gravado por nove entre dez estrelas, principalmente do samba.

Compositor, letrista, músico e intérprete, Jorge Aragão assina canções históricas como 'Coisinha do pai' - que ganhou uma gravação inédita em 1997, para acordar Mars Pathfinder, o robô da Nasa em Marte -, 'Eu e você sempre', 'Lucidez', 'Moleque atrevido', 'Alvará', 'Malandro', uma parceria com Jotabê, gravada por Elza Soares em 1976, 'Coisa de pele', 'Terceira pessoa', 'Amigos... Amantes', entre muitas outras.

Pelo Samba da Feira, já passaram muitos craques: Xande de Pilares, Fundo de Quintal, Reinaldo, Noca da Portela, Leandro Sapucahy, Revelação, Arlindinho, Marquynhos Sensação, Marquinho PQD, Juliana Diniz,, Samba Xoxo, Samba do Chapéu, Soul mais Samba, João Martins, Renato da Rocinha, Grupo do Arruda, Renato Milagres, Rafael Bezerra, Familia Macabu e RDN.

A roda, que começou despretensiosamente no quintal de uma casa em Piedade, agora é programa certo para famílias inteiras, das crianças aos idosos. São mais de 500 pessoas por sábado. Ao longo de quase dois anos, mais de 30 mil pessoas já curtiram o Samba da Feira. E todo esse sucesso sem patrocínio! Só mesmo com o suor e a criatividade de Mario Castilho, Diogo Viana, Eduardo Zebral, Marco Veiga e Rodrigo Guedes, amigos e sócios na empreitada – profissionais de diversas profissões: de administrador de empresa a servidor público e autônomo.

Além de ser a melhor opção de lazer para a galera do subúrbio – evento gratuito, com infraestrutura e segurança –, o Samba da Feira é também uma oportunidade de movimentar a economia local e dar oportunidade de trabalho e negócios para muita gente: músicos, equipe de bar, empresas de aluguel de cadeiras, banheiros químicos...

História

O projeto teve seus primeiros passos dados por um grupo criado no aplicativo WhatsApp chamado “ Bororó Produções”.  O grupo reunia-se frequentemente, na casa de um de seus integrantes para tomar uma cerveja, tocar um bom samba e se divertir. O local mais frequente para esses encontros era na rua Teresa Cavalcante, em Piedade, casa de Mario Castilho, que costumava acordar cedo, preparar uns camarões e ouvir um bom samba no quintal, enquanto acompanhava o movimento da feira que ocorre todo sábado, na rua onde mora.

 Pintou, então, a ideia de comprar um barril de chopp e deixar as portas da garagem abertas para quem quisesse parar e curtir o samba. Surgia assim o Samba da Feira, que estreou no dia 14 de maio de 2016. O barril logo virou vários, tiveram de providenciar espaço para os barraqueiros e para a galera que só aumentava a cada dia de feira. Não demorou para o samba, que ia das 10h às 16h, virasse febre e atraísse público do bairro e das adjacências.

O evento cresceu, e vieram os problemas: reclamações de vizinhos por causa do barulho, reclamações dos feirantes... Foram conversar com o administrador regional da XIII R.A. e receberam a oferta de fazer a roda nos Armazéns do Engenhão, localizados na parte externa do Estádio Nilton Santos. A continuidade do projeto estava assegurada.

“No dia 3 de dezembro de 2016, migramos para nossa nova casa, mantendo nossas premissas e filosofias podendo oferecer um pouco mais de comodidade e conforto para todos. Conseguimos maximizar nosso público e alavancar nosso plantel de convidados”, comemora Castilho. E conclui: “Enquanto o samba for capaz de curar almas feridas, revigorar estruturas, reacender luzes, reencontrar caminhos e transcender prazeres, não mediremos esforços em persistir e preservar com nossos ideais”.

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