Com direção musical e regência de Roberto Minczuk, a montagem tem concepção e direção cênica de André Heller-Lopes; As récitas acontecem nos dias 15, 16, 17, 19, 20 e 21.
O Theatro Municipal de São Paulo apresenta, em dezembro, uma das mais célebres óperas de todo repertório lírico A Flauta Mágica (Die Zauberflöte), de Wolfgang Amadeus Mozart. As récitas acontecem nos dias 15, 16, 19, 20 e 21, às 20h, e no dia 17 às 17h. Os ingressos variam de R$ 50 a R$ 120 na bilheteria ou pelo site eventim.com.br.
A produção tem concepção e direção cênica de André Heller-Lopes, atual diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. À frente da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo estará o maestro Roberto Minczuk que também assume a direção musical. O Coro Lírico Municipal de São Paulo está sendo preparado pelo regente titular Mario Zaccaro. A cenografia é do premiado cenógrafo paulista Renato Theobaldo, os figurinos serão assinados pela figurinista e diretora de arte argentina Sofia Di Nunzio, muito elogiada pelo seu trabalho em teatros como o Municipal de Santiago (Chile) e o Teatro Colón em Buenos Aires (Argentina). A iluminação será assinada por Aline Santini e o Visagismo fica a cargo de Anderson Bueno.
O elenco reúne excelentes cantores brasileiros com destacada carreira no exterior, dentre eles, o soprano Gabriella Pace, o tenor Luciano Botelho, o barítono Michel de Souza e o baixo Savio Sperandio.
A ópera
Ópera em dois atos com libreto em alemão de Emanuel Schikaneder, A Flauta Mágica estreou no dia 30 de setembro de 1791, no Theater auf der Wieden, em Viena, apenas dois meses antes da morte do Mozart.
Na trama, uma alusão à luta do bem contra o mal num contexto repleto de magia, destacam-se os personagens Tamino (príncipe), seu amigo Papageno (caçador de pássaros), Pamina (princesa) e sua mãe A Rainha da Noite, além das forças lideradas por Sarastro e seu Templo do Sol. Pamina, filha da Rainha da Noite, é sequestrada e levada ao palácio do Sarastro, onde fica sob os cuidados do escravo Monostatos. Na história, após ouvir os apelos da Rainha da Noite, Tamino e Papageno saem numa expedição de resgate.
Direção cênica
Dono de uma trajetória impar no Brasil e com espetáculos encenados com sucesso em Lisboa, Salzburgo, Londres, Buenos Aires, Montevidéu ou Kuala Lumpur (Malásia), André Heller-Lopes consolidou sua carreira no Theatro Municipal de São Paulo, em premiados espetáculos como Andrea Chenier, Ariadne em Naxos, A Filha do Regimento, Ça Ira ou especialmente as aclamadas óperas A Valquíria e O Crepúsculo dos Deuses. Com um amplo repertório, dirigiu outras obras do Mozart, como Idomeneo, As Bodas de Fígaro e Don Giovanni, porém esta é a primeira vez que aceita dirigir A Flauta Mágica. “Eu e Minczuk fizemos juntos uma ópera, por coincidência uma fantasia baseada justamente nos dias finais da vida de Mozart, e sua suposta rivalidade com Salieri. Era, portanto, a parceria ideal para entrar pela primeira vez no universo da Flauta”, explica.
A montagem mescla o clássico com o contemporâneo. “Uma Flauta que não fosse apenas uma alegoria da luta do bem e do mal. Ao mesmo tempo que não fosse excessivamente intelectual nem fugisse ao meu gosto pelo clássico com um twist”.
Ainda de acordo com André Heller, a produção terá um olhar do século 21. “Onde discuto quem é verdadeiramente bem e mal, e quais os limites entre fantasia e realidade. Além disso, coloco em questão um pouco os códigos de gênero e uma certa misoginia presentes na obra”, revela.
O Sarastro será o personagem associado à fantasia barroca e a Rainha da Noite mais próxima da realidade. “Ela é uma mulher que teve sua filha raptada. Se fosse você, o que faria?”, questiona. Na ópera, Sarastro é tradicionalmente identificado com a sabedoria. “Mas esse mundo perfeito dele - iluminista - pode ser que não corresponda à realidade. E há a questão dos discursos machistas implícitos em sua fala e de seus seguidores”.
No papel de Tamino, se revezam os tenores Luciano Botelho e Giovanni Tristacci. Como Pamina, a soprano Gabriella Pace; A Rainha da Noite será interpretada pelas sopranos Oriana Favaro e Laryssa Alvarazzi; o baixo Savio Sperandio estará no papel de Sarastro; o barítono Michel de Souza como Papageno e o tenor Geilson Santos será Monostatos. Uma participação especial é a mezzo-soprano Luisa Francesconi como Papagena.
Cenografia
A cenografia assinada pelo paulista Renato Theobaldo se centra na ilusão barroca versus realidade dos bastidores de um teatro. De acordo com Theobaldo, o núcleo da Rainha da Noite é inspirado num teatro. “O público terá a sensação de bastidores, com luzes vazando por meio das estruturas para dar o aspecto do real. Já o universo do Sarastro é o desejo do homem racional, da boa aparência. Mas isso é grande retórica que não corresponde à realidade. São cenário planos em que os espectadores vão olhar e entender que se trata de uma representação”, explica.
Figurino
Os figurinos desenhados pela figurinista e diretora de arte argentina Sofia Di Nunzio também mostram dois mundos: O da Rainha da Noite, uma realidade imperfeita, e o Sarastro, localizado no barroco, idealista. “Um é atual e cheio de nuances. O outro é antigo, perfeito, impecável, simétrico e sem costura. As paletas de cores são opostas: o azul e o preto da noite contrastam com o dourado do sol e o barroco”, explica.
Serviço:
Theatro Municipal de São Paulo
Sex 15.12 -20h
Sáb 16.12 – 20h
Dom 17.12 – 17h
Ter 19.12 – 20h
Qua 20.12 – 20h
Qui 21.12 – 20h
Ópera A Flauta Mágica
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Coro Lírico Municipal de São Paulo
Roberto Minczuk, regência
André Heller-Lopes, concepção e direção cênica
Aline Santini, desenho de luz
Os ingressos variam de R$ 50 a R$ 120 na bilheteria ou pelo site eventim.com.br.
Capacidade: 1.500 lugares
Duração: aproximadamente 3h20 com 1 intervalo
Theatro Municipal de São Paulo
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/n - República
Telefone: 3053-2090
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a sábado, das 10h às 19h e domingo, das 10h às 17h.
*Nos dias de espetáculo a bilheteria funciona das 9h até o início do evento.
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