Angela Maria volta ao palco com canções de Roberto e Erasmo

DO TEXTO:

Angela Maria volta ao palco onde cantou com Cauby pela última vez, com canções de Roberto e Erasmo: ‘Coração aos pulos’ 

Era 3 de maio do ano passado quando Angela Maria se apresentou no Teatro Municipal do Rio ao lado do amigo-irmão Cauby Peixoto. Foi o último show dele — 12 dias depois, o artista morreria com pneumonia. Neste sábado, às 20h30, a cantora reencontra o suntuoso palco, na companhia de oito músicos, para interpretar o repertório de seu novo CD, “Angela Maria e as canções de Roberto e Erasmo”. Na última faixa do álbum, o clássico “Como é grande o meu amor por você”, o Professor revive: sua voz foi pinçada de uma gravação de 2013 e incorporada a um dueto com a Sapoti.

— Foi uma maneira de eternizá-lo. Nosso amor nunca vai morrer, foram quase 70 anos de amizade — diz Angela, emocionada: — Meu coração está aos pulos de ansiedade para esse show. Vai ser inevitável me lembrar dele ali. Aliás, toda vez que estou num palco, olho para o lado na esperança de vê-lo cantando comigo. Nosso CD, “Reencontro”, eu ouço todo dia para matar a saudade.


Do cancioneiro de outra irmandade, a de Roberto e Erasmo Carlos, Angela coletou dez pérolas — entre elas, “Sua estupidez” e “Sentado à beira do caminho” —, sob a bênção do Rei, assumidamente um ciumento, se o assunto são suas composições. 

— Em todos os meus discos, gravei uma música ou outra deles. Desta vez, como era um projeto inteiro, fui pessoalmente pedir autorização. Roberto disse: “Maravilha! Pode gravar o que quiser!”. Sei que Lady Laura, mãe dele, era muito minha fã... Ele diz que o filho também é! (risos) — conta ela.

Além do “novo” repertório, Angela promete presentear os fãs, esta noite, com seus sucessos. “Babalu”, “Gente humilde” e “Ave-Maria” estão previstas. 

— Se eu não cantar essas, estou perdida! — brinca ela, em plena atividade aos 88 anos de vida e 68 de carreira: — Faço dez, 15 shows por mês. Não quero parar, não! Deixa a aposentadoria para o Governo, é muito pouco! Falando sério, não é que eu trabalhe por causa de dinheiro. Eu adoro é cantar! Se parar de fazer o que amo, pode preparar o meu funeral. 


Ano que vem, essa extensa carreira dedicada à música pode ganhar a TV. O diretor de dramaturgia da Globo, Silvio de Abreu, e o marido de Angela, Daniel D’Angelo, já se reuniram para falar sobre uma minissérie: 

— Uma atriz, que ainda não sei quem é, vai me interpretar, mas acho que vou participar também. Estou muito orgulhosa, não é para qualquer um ser lembrado assim em vida, né? 

Recordista mundial de gravações de disco, segundo o “Guinness book” — já são 120, de acordo com ela —, Angela perdeu parte da visão por conta da diabetes, mas sua voz nunca foi afetada. 


— Curioso é que eu não cuido dela, a não ser pelo fato de não fumar, não beber e dormir bem — assinala a cantora, que se revela uma telespectadora assídua do reality musical “The voice Brasil”: — Tem cada cantor magnífico! Acho que tinham que virar as cadeiras para todo mundo!

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