TV Brasil apresenta especial "Festival de Brasília - 50 x Cinema" neste sábado (23)

DO TEXTO:

Produção traça um panorama histórico do evento e destaca acontecimentos desta edição

Um dos mais importantes eventos audiovisuais do país, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chega em 2017 à sua 50ª edição e homenageia o cineasta Nelson Pereira dos Santos, diretor de longas como "Vidas Secas" (1963), "O Amuleto de Ogum" (1974) e "Memórias do Cárcere" (1984).

O festival, criado em 1965 e interrompido entre 1972 e 1974 por pressão da Ditadura Militar, já premiou com o prestigiado Troféu Candango produções como "Xica da Silva" (1976), "A Hora da Estrela" (1985) e "Baile Perfumado" (1996).

Priscila Rangel
 
Para celebrar a história do evento e mostrar os acontecimentos que marcam a edição deste ano, a TV Brasil exibe neste sábado (23), às 22h30, o programa Festival de Brasília - 50 x Cinema. A atração é apresentada pela jornalista Priscila Rangel e traz depoimentos de cineastas como os irmãos Walter e Vladimir Carvalho, Suzana Amaral, Cacá Diegues e Anna Muylaert, além de atores como Matheus Nachtergaele e Júlia Lemmertz.

Cacá Diegues
 
Nos dias anteriores à exibição do especial, a emissora pública antecipa curiosidades sobre o Festival de Brasília com uma série de seis interprogramas que contam um pouco de cada década do evento.

As peças resgatam os principais momentos do cinema brasileiro, atrelando sempre à própria história do festival. Cada peças é dedicada a uma das décadas do evento e traz um filme ganhador do Troféu Candango daquele período.

O impacto do Regime Militar, o movimento do Cinema Novo, o surgimento e o fim da Embrafilme, a retomada do cinema nacional e o nascimento da Ancine são alguns dos episódios históricos lembrados.

Ao combinar essa perspectiva histórica com uma abordagem factual, o especial "Festival de Brasília - 50 x Cinema" aborda ainda a efervescência desta edição, mostra os filmes que concorrem na Mostra Competitiva e as novidades do evento em 2017.

Depoimentos

O especial da TV Brasil traz a participação de atores e diretores sobre o evento audiovisual de Brasília. Para Matheus Nachtergaele, o reconhecimento nessa premiação é diferente. "É um festival quente, vivo, importante e, para um filme de arte, é uma chancela ter um Candango".

A atriz Júlia Lemmertz, que durante anos apresentou o programa Revista do Cinema Brasileiro na TV Brasil, também fala com carinho sobre o evento. "O Festival de Brasília é de muita efervescência do público. É o meu festival preferido". O cineasta Walter Carvalho resume. "É um lugar que converge a síntese da resistência do cinema nacional".
 
Walter Carvalho
 
Referência para profissionais do audiovisual e para o público, o evento surgiu numa época difícil da história do país. "O Festival de Brasília nasceu sob um fogo contrário, da ditadura, da perseguição e da falta de liberdade de expressão", explica o cineasta Vladimir Carvalho.

Vladimir Carvalho
 
O também diretor de cinema e fotografia Walter Carvalho, irmão de Vladimir, completa ao ressaltar o contexto da época. "O grupo que fazia o Cinema Novo não sabia que estava mudando um pedaço da cultura brasileira".
Walter ainda aborda o trabalho de Eduardo Coutinho, saudoso documentarista que levou duas estatuetas do Troféu Candango com os filmes "Peões" (1999) e "Santo Forte" (2004). "A importância do cinema do Eduardo Coutinho é ímpar. É um cinema que norteia".

Suzana Amaral 
 
A cineasta Suzana Amaral fala sobre o seu perfil durante o especial da emissora pública. "Eu sou muito firme, não digo brava, mas sei o que quero e eu brigo por isso. Eu quero fazer aquilo que eu acho certo", diz Suzana Amaral, diretora de "A Hora da Estrela", primeiro filme realizado por uma mulher a ganhar o Festival de Brasília.

Sobre os interprogramas
- A Hora e a Vez de Augusto Matraga - 1965

O ambiente em que se deu o surgimento do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é abordado no programete. Wladimir Carvalho e Walter Carvalho analisam o contexto desse momento.

- Xica da Silva - 1976

O interprograma aborda o período em que o Festival foi suspenso, retomado e sobre o surgimento da Embrafilme. Os irmãos Wladimir e Walter Carvalho recordam acontecimentos dessa fase da sétima arte no país.

- A Hora da Estrela – 1985

A presença das mulheres no Festival de Brasília é o tema da peça. Primeira mulher a dirigir um filme ganhador do Troféu Candango, a cineasta Suzana Amaral é entrevistada nesse programete.

- Baile Perfumado – 1996
O interprograma destaca a retomada do cinema brasileiro e a força do cinema pernambucano nessa etapa da história do audiovisual no país. O diretor Lírio Ferreira é quem comenta sobre essa época.

- Peões (1999) e Santo Forte (2004)
O cinema documental brasileiro e a importância de Eduardo Coutinho são os assuntos abordados nesse interprograma. Orlando Senna e Walter Carvalho destrincham a questão. Eles falam sobre as obras documentáis que ajudaram a refletir sobre o país e influenciaram as produções ficcionais.

- Branco Sai, Preto Fica (2014)

Adirley Queirós
 
A peça trata do cinema digital e da maior democratização na produção de filmes. O cineasta Adirley Queirós fala as facilidades de produção e as dificuldades na distribuição. Cinema digital, a volta das grandes bilheterias e o surgimento de um órgão fomentador e regulador do mercado também ganham espaço.

SERVIÇO:
Festival de Brasília - 50 x Cinema – sábado, dia 23 de setembro, às 22h30, na TV Brasil


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