Jovens de favelas brasileiras se unem para discutir política de drogas

DO TEXTO:

Intitulado Movimentos, o grupo quer unir conhecimento científico às experiências daqueles que sofrem o impacto da guerra às drogas 

Rio de Janeiro, agosto de 2017 – Será lançado no próximo dia 02 de setembro, no Rio de Janeiro, o Movimentos: Drogas, Juventude e Favela, grupo formado por jovens moradores de favelas e regiões periféricas brasileiras, que tem como objetivo discutir política de drogas no Brasil a partir da perspectiva  de quem sofre diariamente suas consequências.

Para marcar o lançamento oficial do Movimentos, será promovida uma roda de conversa com a presença de Djamila Ribeiro, Douglas Belchior e a jornalista Flávia Oliveira. No evento, que será realizado no Centro de Artes da Maré, a partir das 18h, será lançada ainda uma cartilha sobre política de drogas, idealizada pelos próprios jovens.

O Movimentos elaborou um manifesto que esclarece sua visão sobre o tema. “A guerra às drogas, para nós, significa escolas fechadas, mudança na rotina, medo de sair de casa, preocupação com o nosso bem-estar e o da nossa família”, explica o grupo.

O Movimentos é resultado de um projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESeC/UCAM) e parte da necessidade de incentivar o protagonismo de jovens moradores de favelas na busca por alternativas à atual política de drogas.

“Nos últimos anos, trabalhando na linha de frente do debate sobre política de drogas, percebemos que a voz dos moradores de favelas, que sofrem no seu cotidiano com a violência policial legitimada pela chamada guerra às drogas, não é ouvida. O Movimentos pretende quebrar essa lógica criando espaços que permitam aos jovens ser protagonistas nessa discussão”, afirma Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania.

O projeto teve início em maio de 2016, quando dez jovens de favelas e áreas periféricas do Rio de Janeiro, de Salvador e de São Paulo participaram de uma oficina de três dias sobre política de drogas no Complexo da Maré. Na ocasião, o grupo se envolveu com atividades e dinâmicas sobre temas como violência, racismo, política, ativismo e comunicação. Desde então, o Movimentos passou a se reunir periodicamente para construir material que ajudasse a discutir política de drogas dentro e a partir da favela.

Raull Santiago, morador do Complexo do Alemão, e um dos coordenadores do Movimentos declara: “A única política pública que chega de forma permanente na favela vem através da secretaria de segurança. Os governantes nos observam apenas através da mira do fuzil. É por isso que a favela precisa falar sobre drogas e criar alternativas a esta lógica de guerra”.

Para conhecer os jovens que participam do Movimentos: movimentos.org.br/quem-somos

Lançamento – Movimentos: drogas, juventude & favela

Data: Sábado, 02 de setembro de 2017
Horário: 18h às 23h
Local: Centro de Artes da Maré (CAM)
Endereço: Rua Bitencourt Sampaio, 181 - Maré, Rio de Janeiro - RJ


Página do Facebook: fb.me/Movimentos2017

Somos o Movimentos e estamos só começando - MC Martina


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