Após atentados na Europa, Lisboa instala barreiras antiterror nas ruas

DO TEXTO:
Cubos cercam calçada próxima ao monastério dos Jerónimos, um dos pontos turísticos de Lisboa
Rafael Marchante-Reuters

GIULIANA MIRANDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LISBOA

Vários pontos do centro histórico e da região turística de Belém, em Lisboa, já estão cercados por barreiras antiterrorismo nas calçadas. A iniciativa ocorre pouco após o ataque em Barcelona no qual uma van atropelou dezenas —15 morreram, entre elas duas portuguesas.

Apesar da proximidade do atentado, a Câmara Municipal (equivalente a prefeitura) de Lisboa não confirma relação com o episódio na Espanha e diz que a proteção extra já estava prevista.

O entorno do mosteiro dos Jerónimos, um dos monumentos mais visitados da cidade, recebeu cerca de cem blocos de concreto. O prédio é um dos principais cartões-postais da cidade e fica perto de outras atrações famosas, como a Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos.

Mais estreitas, as movimentadas ruas do centro histórico lisboeta ganharam uma versão discreta do equipamento antiterrorismo: vários minipostes metálicos.

Os pilares foram posicionados em pontos estratégicos da chamada Baixa da cidade, incluindo a rua Augusta, onde está localizado um grande arco que atrai milhares de visitantes todos os dias.

As áreas também tiveram reforço no patrulhamento. Segundo a PSP (Polícia de Segurança Pública) de Lisboa, se houver necessidade, outros locais da cidade também podem receber as medidas adicionais de segurança.

Nesta semana, a polícia também reforçou a divulgação das orientações de segurança —inclusive nas redes sociais— para a população em caso de um ataque terrorista na cidade.

Lisboa vive um momento de expansão acelerada do turismo, que mais do que duplicou na década, segundo dados da associação de turismo da cidade.

VIZINHO

O ataque em Barcelona é o mais próximo de Lisboa já reivindicado pela milícia terrorista Estado Islâmico.

Embora o atentado tenha ocorrido no país vizinho, o primeiro-ministro português, António Costa, disse não ter visto necessidade em elevar o grau de alerta terrorista.

"Até o momento não há indicador que justifique alteração do nível de risco por parte do país", disse Costa.

Autoridades da área de segurança pública, porém, já falam em reforçar o controle na fronteira, além de haver fiscalização mais rigorosa para o aluguel de veículos, sobretudo os de grande porte.

Apesar de não estar no centro das questões migratórias europeias, Portugal não está imune à radicalização.

Uma pequena célula que recrutava jovens para lutar na Síria e no Iraque chegou a ser desmantelada no país. Há registros de cerca de uma dezena de portugueses ou lusodescendentes que se juntaram às frentes do EI. 


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