Utilizada há 90 anos no Brasil, vacina BCG mostra-se cada vez mais importante no combate à tuberculose

DO TEXTO:

Em 2016 foram registrados 69,5 mil casos novos de tuberculose no Brasil. Anualmente, são registrados cerca de 10 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. A vacina BCG é uma das mais utilizadas em todo o mundo contra a doença

 
Alba Bittencourt
Portal Splish Splash


Anualmente em 01 de julho, comemora-se no Brasil, o Dia da Vacina BCG. A BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é uma vacina utilizada na prevenção da tuberculose, uma doença transmitida pela saliva e materiais contaminados e causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch.

A tuberculose é uma doença grave que mata por ano milhões de pessoas. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2016, foram registrados 69,5 mil casos novos de tuberculose no Brasil.

A vacinação é importante meio de prevenção dessa doença. Além disso, está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde do país.

O êxito da BCG é grande, principalmente na forma disseminada da tuberculose, em que a vacina garante cerca de 78% de proteção.

Raquel Xavier de Souza Saito, professora da Faculdade Santa Marcelina e técnica responsável pelo Programa de Controle da Tuberculose na Supervisão de Vigilância em Saúde de Itaquera (SP), listou alguns pontos importantes a respeito da aplicação e benefícios da vacina:

Quando se deve tomar a vacina?

A vacina BCG é preparada com bacilos vivos, o esquema é de apenas uma dose. Deve ser aplicada em crianças ao nascer ainda na maternidade preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento.

Na rotina, a vacina pode ser administrada em crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias.

Outra indicação da aplicação da vacina é no caso de contato intradomiciliar de paciente com diagnóstico de hanseníase que não apresenta sinais e sintomas.  O esquema de vacinação deve considerar a história vacinal do contato da seguinte forma: Contatos intradomiciliares com menos de 1 ano de idade comprovadamente vacinados não necessitam da administração de outra dose de BCG. Para contatos intradomiciliares com mais de 1 ano de idade, esquema dever ser:

- Contato domiciliar sem cicatriz vacinal ou na incerteza da existência de cicatriz vacinal – uma dose de BCG.

- Contato domiciliar comprovadamente vacinado com a primeira dose – administre outra dose

de BCG (com intervalo mínimo de seis meses entre as doses).

- Contato domiciliar com duas doses/cicatrizes – não administre nenhuma dose adicional.

Quem já tenha tomado a vacina, deve tomar novamente em caso de contato/convivência com algum portador da doença?

Não há indicação de revacinar pessoas que convivam com doentes de tuberculose. Nesses casos a investigação da contaminação se dará por meio de outras formas de diagnóstico e de prevenção, geralmente com o medicamento isoniazida por um período que varia de 6 a 9 meses. 

Nesses casos de contato ou convivência, além da vacina, há outras medidas/medicamentos a serem tomados? Quais?

A pessoa que tem um contato próximo e permanente com um doente de tuberculose deve, se for sintomático respiratório, realizar a coleta de escarro, fazer um RX de tórax e passar por avaliação para pesquisam de sinais e sintomas da tuberculose (tosse, perda de peso, febre baixa e geralmente vespertina, sudorese noturna e presença de sangue em secreção brônquica.

A BCG é totalmente eficaz para a vida toda? Quantas doses devem ser tomadas?

A BCG confere proteção para formas graves da doença. Pessoas com imunidade comprometida, seja por imunodeficiência, mesmo vacinado poderá desenvolver a doença. Apesar disso, não se recomenda doses adicionais da vacina para prevenção da tuberculose.


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