Dia da Língua Portuguesa, uma investigação sobre as fontes de informação

DO TEXTO:
 
Como ajudar as crianças e adolescentes a filtrarem as informações na avalanche que recebem todos os dias, pelos diversos canais
 
 
Alba Bittencourt
Portal Splish Splash
 

Língua Portuguesa normalmente remete, de imediato, aos livros, às aulas e aos professores que fazem parte da trajetória escolar. Ou seja, à escrita. De fato, com as novas mídias, esta forma ganhou espaço no dia a dia, em especial de crianças e adolescentes. Independentemente do que falam ou como falam, estão sempre teclando nos seus celulares, produzindo e recebendo informações a todo tempo.

Como filtrar tantas informações? Como separar o “verdadeiro” do “falso”? De que forma identificar os tão falados “fakes”? O que considerar para formar opinião, por exemplo, sobre o cenário político que o País vive? Se isso já é difícil para adultos, imagina para os jovens.

No Dia da Língua Portuguesa, que se comemora no próximo dia 10, um bom exercício a se propor, tanto na escola quanto na família ou em outros espaços de discussão, é uma investigação sobre as fontes dessas informações, a lógica da organização dos veículos de comunicação e a produção de notícias.

“Além de serem excelentes recursos para desenvolver atividades de leitura e escrita, possibilitando o contato com vários gêneros textuais, é importante se familiarizar com os veículos de comunicação, seja impresso, online, TV ou rádio, e perceber como se organizam, os recursos utilizados para chamar a atenção dos leitores, a intenção das manchetes, das fotos e das chamadas”, avalia a especialista em Educação da Fundação Itaú Social, Sonia Dias.

Para estimular o debate e ajudar os jovens a ter critérios na hora de interpretar e absorver informações, a Fundação Itaú Social, por meio da plataforma Educação & Participação, propõe alguns roteiros de oficinas. Uma delas é “A comunidade na primeira página” (https://educacaoeparticipacao.org.br/oficinas/a-comunidade-na-primeira-pagina/): 
 
- reúna alguns jornais diários, de grande circulação, publicados durante uma semana, e também jornais do bairro. Converse sobre a função deles e os assuntos que retratam;
 
- fale sobre os hábitos de leitura: há jornais em casa? Preferem rádio, TV ou internet? Quais assuntos despertam interesse? Quais os sites mais visitados?;
 
- Desafie-os a desvendar a organização dos veículos de comunicação: como ocorre a divisão dos assuntos por editorias (esporte, turismo, policial, política, entretenimento, economia), o que aparece diariamente ou só uma vez por semana (seções, cadernos);

- Explore com eles a primeira página e sua função de eleger os assuntos mais importantes e de chamar a atenção dos leitores;

- Mostre a diferença de abordagem dos jornais de bairro. Estimule-os a procurar o site para obter informações sobre sua proposta, abrangência, equipe de profissionais, periodicidade, área de circulação;

- Se for possível, agende uma visita à redação e entreviste um dos profissionais sobre como funciona o processo de produção e distribuição, a relação do editorial com o comercial, como o veículo está se adequando à era digital. Perguntas não vão faltar...

- A partir de todo esse trabalho de pesquisa e observação, simule uma redação de jornal para construir um exemplar e editar a primeira página. Em grupos, escolham os assuntos para cada editoria, os fatos mais importantes para constituir as manchetes, as fotos que a acompanharão, as chamadas de capa, o tipo de letra para os destaques, etc;

- No final, promova uma boa roda de conversa voltando ao debate dos critérios de construção da uma informação de qualidade, a partir da consulta de fontes confiáveis e da investigação dos fatos.

Além do exercício de leitura e escrita, a atividade contribui para a percepção de que todos têm responsabilidade sobre o que dissemina.

Conheça outras propostas de oficinas de Leitura e Escrita no link: https://educacaoeparticipacao.org.br/oficinas/?categoria=leitura_escrita.

 


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