Amyr Klink volta a Santos para falar sobre "Não Há Tempo a Perder"

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Capa do mais recente livro do navegador
CARLOTA CAFIERO

O navegador Amyr Klink não tinha a intenção de oferecer um livro de autoajuda quando escreveu "Não Há Tempo a Perder", com a jornalista Isa Pessoa. Porém, a obra que revela como é seu processo de preparação e estratégias de sobrevivência no mar se tornou um guia para empresas e empresários enfrentarem a maré de crise que atinge o Brasil. 

“Na semana passada, participei de cinco eventos desenhados para empresas com base no meu livro. Essa obra é a primeira que despertou esse interesse corporativo. Acho que as pessoas estão precisando de foco e inspiração para tocar as empresas”, comenta Klink.

Ele lançou o novo livro em dezembro do ano passado, em Santos, e volta à Cidade, no sábado (10), às 16 horas, atendendo a pedidos, para um bate-papo na Pinacoteca Benedicto Calixto, dentro do projeto Tarrafada (que antecede o Festival Tarrafa Literária), da Realejo Livros & Editora. A entrada é franca. O encontro será marcado por apresentação musical no Bistrô Calixto, com o duo Choro de Bolso, que tem Marcos Canduta no violão e Débora Gozzoli na flauta transversal. 

Klink já percorreu mais de 250 mil milhas no mar (o equivalente a dez voltas ao redor do mundo) e é autor de mais cinco livros, entre eles, o best-seller "Cem Dias Entre Céu e o Mar", de 1985, em que conta sua experiência de percorrer o Atlântico Sul num barco a remo.

No novo livro, ele relata um pouquinho dos bastidores de tudo o que tem de fazer antes embarcar, mas que nem sempre tudo dá certo. “Também falo do Brasil, das dificuldades para tocar projetos e de oportunidades que a gente perde, como o charter (aluguel de barcos), que é uma indústria nova, que gera riqueza e ainda não aconteceu no Brasil por causa da deficiência institucional”. 

"Não Há Tempo a Perder" é o primeiro livro feito com depoimento a uma jornalista. “Como sou muito exigente com a escrita, um livro, para mim, é um processo que leva de um ano a um ano e pouco, e nem sempre tenho esse tempo para escrever. No mar, eu não escrevo, faço apenas registros técnicos”, explica ele, que acabou envolvendo toda a família com o mar e a literatura. 

Sua mulher, a fotógrafa Marina Klink, é autora de "Antarctica – A Última Fronteira", de 2012, e "Antarctica, Olhar Nômade", de 2016; e suas filhas (as gêmeas Laura e Tamara, de 13 anos, e Marina, 10) assinam o livro "Férias na Antártica" (2017), baseado em seus diários de viagem.

“O livro ("Férias na Antártica") abriu uma janela de oportunidade muito boa para elas. Deve ser o primeiro de uma série. Em princípio, elas não queriam escrever diários de viagem, mas eu as incentivei e hoje escrevem 60 parágrafos por ano”, conta Klink, que lamenta o fato de a formação escolar brasileira não estimular os jovens a fazerem diários. “Você vai em qualquer escolinha da Europa e todas as crianças fazem diários. É um hábito muito bom, porque todas as vidas são interessantes e as crianças tomam gosto pela escrita”, compara. 

Klink se formou em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Administração de Empresas. Ele possui uma marina em Paraty, com cerca de 300 barcos. “São de pessoas que moram nos barcos. É gente que leu meus livros, se aposentou ou tirou um ano sabático, mas não conheço nenhum indivíduo que voltou para a vida normal depois dessa experiência”. 

Serviço – A pinacoteca fica na Avenida Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão.

In:http://www.atribuna.com.br


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