Vai nascer uma marca que une os restaurantes portugueses do mundo

DO TEXTO:
José Manuel EstevesAHRESP

Programa da AHRESP vai ligar os restaurantes portugueses, criar mercearias nacionais em cada um e promover exportações agrícolas nacionais 

Ana Margarida Pinheiro

O plano está traçado e pronto para avançar: a AHRESP, a associação da restauração, em parceria com o governo português, vai criar uma nova marca que pretende agregar todos os restaurantes portugueses espalhados pelo mundo. “É a consubstanciação de uma vontade muito antiga de unir e dar apoio a todos esses portugueses pelo mundo que levam a gastronomia e o nome de Portugal a outras populações”, explicou ao Dinheiro Vivo José Manuel Esteves, diretor-geral da AHRESP. O projeto já está a andar com a identificação dos espaços, uma tarefa que está a ser conduzida pelas embaixadas portuguesas, e vai arrancar em Espanha, França, Alemanha, Inglaterra e Brasil. “São países onde existem fortes relações com Portugal e que também são fortes emissores de turistas para Portugal”, pormenoriza o diretor-geral da associação que representa ao setor. 

O plano começará por contar com 15 estabelecimentos em cada um destes países para que a rede possa arrancar logo com 75 espaços. Mas os objetivos são ambiciosos: “Alargar a rede de restaurantes portugueses no mundo aos cinco continentes e poder contar com milhares” de espaços dedicados à gastronomia portuguesa. 

Os restaurantes que entrarem neste universo vão, além de servir refeições, ter mercearias ao serviço dos clientes. Nestes espaços haverá marcas e produtos portugueses, os mesmos que serão servidos às mesas. “Por um lado reforçamos a atratividade de Portugal enquanto destino turístico e, por outro, potenciamos a exportação dos produtos qualificados com a chancela do Portugal Sou Eu”, revela José Manuel Esteves, lembrando que se antecipam desde já “alguns problemas de abastecimento de acordo com as pautas aduaneiras de cada país”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros está, todavia, a trabalhar para ultrapassar algumas destas questões.

Há outras ainda a definir, como a cadeia de fornecimento que “tem de estar umbilicalmente ligada” aos restaurantes portugueses lá fora. É que “atualmente é uma cadeia muito empírica e que é da exclusiva responsabilidade do empreendedorismo, do esforço do nosso empresário carola, que por estar lá fora tem muito carinho pela bandeira e pelos produtos portugueses”. 

A AHRESP estima que existam milhares de espaços portugueses no mundo, mas nem todos poderão entrar neste programa. Haverá condições a cumprir, que envolvem a utilização de produtos endógenos com interesse gastronómico, a promoção do receituário tradicional português, responder a um mínimo de qualidade nas instalações, equipamentos e regras que vão ser promovidas para que haja uma “distinção pela qualidade”. Cada restaurante será identificado na porta onde haverá a insígnia da marca. 

No arranque deste projeto vai avançar em simultâneo em vários países uma série de ações de ativação da gastronomia nacional com degustações, jantares e demonstrações de confeção de alimentos com chefs portugueses. 





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