Uma viagem ouvindo John Lennon

DO TEXTO:





Por: Carlos Alberto Alves
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Uma vez que ainda se fala dos 50 anos de carreira dos Beatles, entendi trazer à estampa este artigo (do baú) relacionado com uma viagem que efetuei à Alemanha.

Quem me conhece, sobretudo aqueles que me têm acompanhado neste meu trajeto jornalístico – e não só -, sabe que pauto a minha postura pela pontualidade. Não gosto de fazer ninguém esperar, prefiro o inverso, ou seja, ser eu a esperar por alguém em algum encontro aprazado com antecedência. E nesta área do jornalismo já aconteceram muitos casos semelhantes, entendidos no género de “quem precisa espera”. Devia ser cinquenta-cinquenta, todos precisamos uns dos outros nesta coisa de comunicar e consequentemente divulgar. Muitos entendem que só a mídia precisa das suas notícias, das suas entrevistas e por aí fora. Na minha ótica (e creio que não estou errado), não é bem assim.

Quando viajava regularmente entre ilhas, Açores-Lisboa-Açores e estrangeiro, nomeadamente para os Estados Unidos e Canadá, as mais frequentes, sempre cheguei aos respectivos aeroportos nos horários estipulados pelas companhias então utilizadas. Porém, numa viagem para a Alemanha, a primeira a convite do meu querido amigo Carlos Borba para acompanhar o Festand na cidade de Immenstad (sul da Baviera, a três horas de distância de Munique), tive como companheiro esse extraordinário atleta de nome Paulo Massinga (por onde anda ele?) que também foi participar no dito Festand (evento internacional dedicado à modalidade de atletismo). Para me apanhar no hotel via aeroporto internacional de Lisboa, o Massinga já chegou um pouco atrasado contra a minha vontade, mas sempre deu para nos mantermos no horário para efetuarmos o check-in, apesar da fila ser enorme, visto que o avião com destino a Munique estava lotado. Mas aqui o “pior” estava para acontecer. Já com a chamada para o embarque, o Paulo Massinga decidiu-se por ir para o telefone falar com a namorada e eu à espera que ele se despedisse da noiva para nos dirigirmos para a sala de embarque. Continuou o taran-tantan-tantan (amoroso, claro) e, a dado momento, uma chamada de urgência pela sonora do aeroporto: “passageiros senhores Carlos Silva e Paulo Massinga, façam o favor de comparecer na sala de embarque”. Aí é que fui aos arames, como sói dizer-se na gíria popular. Blasfemei entre dentes e acabei mesmo por ir puxar por um braço do Massinga para seguirmos até à porta 14, salvo erro. Aí outra surpresa: um autocarro vazio à nossa espera, o que significa que o avião atrasou uns minutos por culpa dos dois passageiros que estavam em falta na lista de embarque. Quando entrei na aeronave reparei, desde logo, no descontentamento dos passageiros e por esse fato andei rápido para o meu lugar, peguei nos auscultadores e, por sorte minha, John Lennon cantava Imagine, uma das minhas músicas preferidas. Deu mesmo para relaxar e não ouvir os comentários das outras pessoas próximas. Quantos nomes feios nos foram dirigidos? Acredito que muitos. Em alemão passava ao lado, mas as dos portugueses... Imagine-se... Eu imaginei a ouvir John Lennon a cantar Imagine.

Roberto Carlos  e John Lennon - Imagine

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