Festa Literária Luso-afro-brasileira – em Luanda

DO TEXTO:
Sede do Centro Cultural Brasil-Angola CCBA

Festival promove literatura lusófona

Amilda Tibéria

A ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, disse, sexta-feira em Luanda, que o fortalecimento das relações culturais entre Angola e Brasil, através das instituições que promovam a circulação do livro, vai permitir aumentar o conhecimento cultural entre os países.


No discurso de abertura da festa literária (Festalab TAAG), inaugurada sexta-feira e que termina hoje, no Centro Cultural Brasil-Angola (CCBA), Carolina Cerqueira espera que as editoras, universidades, associações de escritores e academias de letras de ambos os países possam contribuir para a circulação do livro e aumente o nível de conhecimento da cultura dos dois povos.

Essa cooperação vai de certa forma permitir ter uma Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) forte, concertada, competente no plano das relações internacionais, como ficou recentemente simbolizado na 10ª reunião dos ministros da Cultura da CPLP, que decorreu dia 5, na Bahia, no Brasil. 

Fruto da história comum de vários séculos, e apesar da diversidade cultural entre os dois países, disse que ao longo dos tempos foram estabelecidos laços de amizade que devem ser preservados e fortalecidos entre os povos.

A ministra disse ser importante continuar a promover encontros e debates em torno do Acordo Ortográfico, e que merece ser equacionado e atendido em favor do aproveitamento da cooperação e intercâmbio no domínio da circulação do livro entre Angola e Brasnça física, que a literatura angolana foi marcada por trocas significativas de reflexões e conhecimentos entre os escritores. Por tal facto, considerou o Festalab como “um passo muito importante no percurso de reciprocidade  e poder contribuir para a democratização e democracia cultural do país”.

Carolina Cerqueira realçou que foi com satisfação que recebeu o convite, para deixar algumas considerações sobre um tema “tão apaixonante para a história e a geografia, que é o do espaço cultural lusófono. Quando se fala de espaços culturais, pensamos de seguida na língua, como o conjunto das artes e costumes que a veiculam”.

A ministra considerou o português como uma língua que partilha com outras uma raiz comum, a latinidade, tendo-se disseminado através do mundo e exerce uma grande influência na história global, através dos fenómenos da atracção da economia e comércio internacional, através da partilha do conhecimento, dos sistemas educativos. Apesar das vicissitudes da época colonial, implantou-se no meio de culturas homogénil.

A história, argumentou, revela desde a sua génese, através do livro e em alguns casos por via da sua preseeas e diversas, tornando-se no laço veicular entre os povos, que apesar de não estar geográfica ou culturalmente ligados, continuam unidos.

Apesar das distâncias continentais entre as duas culturas e as raízes culturais, referiu, é também importante fazer florir e amadurecer um projecto atraente para as gerações futuras conscientes da missão da língua como afirmação de um importante veículo da cultura. Carolina Cerqueira ressaltou o simbolismo do evento, no ambiente da celebração do Dia de África que ainda se vive, e que se prende directamente com a libertação do continente africano, com os ideais do pan-americanismo, democracia e desenvolvimento. O livro, disse, continua a manter a sua plenitude, quanto ao seu papel transformador e do aperfeiçoamento social na preservação do património histórico, científico e cultural da humanidade. O Embaixador do Brasil acreditado em Angola, Paulino Franco de Carvalho Neto, explicou que a realização da feira do livro vai permitir fortalecer os laços culturais entre Angola e o seu país.  “A língua portuguesa nos une historicamente  e torna mais forte e unida as culturas dos dois povos”, realçou. 

Na cerimónia de abertura houve recital de poesia de José Luís Mendonça, Carmo Neto,  Lopito Feijó e Ngonguita Diogo (Angola), Alice Sant`Anna,  António Carlos Secchin  e Mel Duarte (Brasil), Paulo José Miranda (Portugal), Ungulani Ba Ka Khosa (Moçambique). A actividade conta com o apoio da Embaixada do Brasil em Angola, através do Centro Cultural Brasil-Angola e Linhas  Aéreas de Angola (TAAG), com interesse de incentivar a leitura, essencialmente aos jovens angolanos.


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