Taxista investe em carros de luxo para driblar chegada de novas tecnologias: 'Serviço diferenciado'

DO TEXTO:
Carlos Alberto Freitas trabalha como taxista em Santos há 25 anos e inovou no método de atender clientes
Por Orion Pires, G1 Santos

Enfrentar o calor de Santos, no litoral de São Paulo, pode ficar mais confortável a bordo de um carro de luxo, com ar-condicionado, banco de couro e um atendimento diferenciado. 

Essa é a promessa do Carlos Alberto Freitas, taxista há 25 anos que comprou uma Mercedes Benz para operar como táxi nas ruas da cidade. E se engana quem pensa que vai pagar mais caro por uma corrida com ele. Quem ‘manda’ é o taxímetro.

O investimento de ter um carro de luxo avaliado em mais de R$ 140 mil e colocá-lo para operar como táxi era um sonho de criança do motorista, que está na profissão há mais de duas décadas. 

“Era um sonho de criança ter uma Mercedes, por isso esse carro é um investimento para o meu uso e também para oferecer um conforto para quem pegar o táxi”, afirma o taxista.


Carlos Alberto é taxista há 25 anos 

Apesar da modernidade do veículo, o taxista revela que ainda prefere manter uma maneira de trabalho à moda antiga. Ele não usa aplicativos de celular para táxi, muito menos aceita cartão de débito e crédito. A divulgação é feita por um cartão de visita e no popular ‘boca a boca’.

“Já tive carro de luxo como táxi e sei como é. A primeira vez foi em 1995. A pessoa gostou, ela vai me indicar, me ligar. Não aceito cartões, só dinheiro, mas tenho um serviço diferenciado e não me preocupo com os demais. 

Quero atender bem e dar conforto para os meus clientes, por isso o meu preço é o mesmo e o tapete está sempre limpinho”, garante Carlos Alberto.

Taxista não aceita aceita cartões e afirma que trabalha à moda antiga 

Comum na Europa

A presença de carros de luxo operando como táxi, em especial as Mercedes, que é fabricada na Alemanha, é comum nas ruas da Europa. Já no Brasil, segundo ele, são raros os carros como esse circulando.

“Sei de um em São Paulo e um ou outro em outros lugares, mas táxi comum em Santos eu sou o único. Comprei minha Mercedes há quatro meses. O carro chama muito a atenção das pessoas, porque não é comum. 

Muita gente pede para tirar foto ou acha que a corrida é mais cara por causa disso, mas não é. Eu levo tanto quem vai ao Gonzaga ou no Morro”, acrescenta.

Segundo o taxista, a grande dúvida das pessoas e até colegas de profissão é sobre a rentabilidade do carro para uso como táxi. Ele garante que o veículo tem "ótimo custo benefício". "Esse carro só tem facilidades, além de ser muito confortável e econômico", comenta.

Taxista garante que Mercedes é rentável para serviço de táxi 

Taxi x Uber

Já sobre a polêmica entre os serviços de transporte privado urbanos, como Uber e a concorrência com taxistas, Carlos Alberto prefere não entrar em discussão. Ele comenta que tenta manter a postura e trabalhar com honestidade e agradar quem entra no carro.

"Eu faço o meu trabalho e pago as minhas taxas. Em Santos, esse tipo de serviço (Uber) é proibido, mas eu quero saber do meu trabalho e não ficar reclamando. 

As minhas corridas são de segunda a sexta e tenho uma clientela diferenciada. Como costumo ficar na Praça José Bonifácio, perto do Fórum de Santos, acabo transportando muitos advogados, por exemplo, mas levo quem precisar. Independente disso, eu não abro mão de estar arrumado, de calça, camisa e com o carro limpo", finaliza.

Carlos Alberto tem 59 anos e tem orgulho da profissão de taxista 

Fotos: Orion Pires/G1






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