Portugal e a MPB 8 versões portuguesas de músicas brasileiras

DO TEXTO:

Depois da recepção incrível que o artigo O Brasil e o Fado | 8 versões brasileiras da música Foi Deus teve, dou por aberta uma série de novos artigos onde iremos contemplar juntos aspectos positivos da lusofonia, e descobrir juntos o que mais une os falantes da língua portuguesa. Vamos falar de música.

Há muitas décadas se ouvem abertamente músicas brasileiras em Portugal. Obviamente com meios de partilha completamente diferentes dos de hoje e com a pouca informação disponível, não podemos citar muitos fatos, mas se apontarmos a televisão apenas, chegaremos rapidamente a saber que a primeira telenovela transmitida no país foi Gabriela Cravo e Canela, em Maio de 1977, e que até hoje (também com a ajuda da mais recente reprise) muitos portugueses são capazes de trautear um ‘eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim’.

Muitos portugueses gostam da pronúncia brasileira, pelos mais diversos motivos, e converteram-se também aos ritmos, às cores e melodias da música. Felizmente a partilha da língua proporcionou-lhes não apenas viver a explosão da Bossa-Nova, por exemplo, mas também vivenciá-la verdadeiramente, sentindo e compreendendo cada palavra. Gilberto Gil e Caetano Veloso esgotam ainda hoje auditórios de gente que realmente os admira, e Vinicius de Moraes, que privava com Amália Rodrigues, certamente ainda seria reverenciado.

Nós na Aldeia gostamos verdadeiramente da língua portuguesa por si só. Gostamos quando músicos brasileiros cantam músicas portuguesas ou africanas no seu próprio sotaque e registo; gostamos quando músicos portugueses ou africanos fazem também versões suas e nos mostram o quão grandiosa a lusofonia pode ser. Esperamos encontrar desse lado o mesmo encanto e sentimento. Deixo-vos com lindas versões de lindas canções:

Amália Rodrigues, a eterna Dama do Fado, cantou uma música feita especialmente para ela por Vinicius de Moraes, em 1969. A gravação aconteceu numa das memoráveis tertúlias que a artista reunia em casa e na presença habitual de Natália Correia, David Mourão-Ferreira e José Carlos Ary dos Santos.

 

Carminho é uma fadista lisboeta de 32 anos que lançou, em Dezembro de 2016, um álbum inteiro de homenagem ao compositor brasileiro: Carminho Canta Tom Jobim.

 

Cuca Roseta, 35 anos, também fadista e lisboeta, cantou num concerto ao vivo o tema Eu Não Existo Sem Você, música composta pela dupla Vinicius & Tom e gravada por diversos artistas como Maysa e Maria Bethânia.

 

António Zambujo é natural de Beja, no Alentejo, e há vários anos privilegia o seu público com belas versões de clássicos da música brasileira. Lançou em 2016, com 41 anos, um álbum inteiramente dedicado a versões de músicas de Chico Buarque: Até Pensei Que Fosse Minha.

 

Quem também nos deixou uma versão de Chico Buarque foi Tiago Bettencourt no Sem Palheta, da rádio RFM. O cantautor da que se pode chamar ‘da nova música portuguesa’ tem 37 anos, é natural de Coimbra, e participou em 2012 desse quadro da rádio onde artistas cantam músicas de outros.

 

Marisa Liz é vocalista da banda Amor Electro e uma das juradas da versão portuguesa do programa The Voice. Numa brincadeira organizada, a mentora submeteu-se a uma Prova Cega como se fosse uma concorrente. O que não esperávamos era que ela fosse cantar esta música, nem que a cantasse tão bem. A cantora é natural de Lisboa e tem 34 anos.

 

Gisela João, fadista minhota natural de Barcelos, lançou o seu mais novo álbum ‘Nua’ há poucos meses e escolheu cantar duas músicas de Cartola: As Rosas Não Falam e O Mundo é um Moinho. Tem 33 anos.

 

E para concluir, por hoje, uma das que mais me surpreendeu e emocionou. Composta por Ary Barroso e Lamartine Babo em 1931 e eternizada por Chitãozinho e Xororó após 1989: No Rancho Fundo. Bonito demais da conta!

 

in-http://aldeiadalusofonia.com


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