Classe artística celebra o Dia Mundial da Dança

DO TEXTO:

O segmento de dança em Manaus continua crescente e movimentando a cidade, de acordo com diretores artístico 

Kássio Nunes

Embora a crise econômica no país dificulte a obtenção de recursos pelos artistas como um todo para desenvolver e divulgar seus projetos, o movimento de dança continua crescente em Manaus. No Dia Mundial da Dança, comemorado neste sábado (29), dirigentes de grupos da capital falam das conquistas e das necessidades do segmento artístico.

Para o diretor do Corpo de Dança do Amazonas (CDA), Getúlio Lima, a data é importante para refletir sobre os êxitos obtidos pela classe artística. “A criação do CDA, em 1998, possibilitou o desenvolvimento do movimento de dança em Manaus. Hoje, além desse grupo, temos o Ballet Folclórico, o Ballet Experimental e ainda contamos com curso superior em dança oferecido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA)”, conta. Lima se diz preocupado com a crise financeira que o país tem vivenciado. “O investimento na arte, em geral, tem sido baixo”, afirma.

Conceição Souza, que coordena o Ballet Folclórico do Amazonas, pontua que, a despeito desse momento delicado da economia, novas expectativas surgiram na cidade por conta da sanção das Leis da Cultura pela prefeitura. “Nós, artistas, precisamos que acreditem na nossa arte, de incentivo, de palco”, ressalta. Ela opina que em Manaus, o segmento continua crescendo. “Os grupos de dança, inclusive os independentes, estão movimentando a cidade”. Souza também é responsável pelo Grupo Espaço de Dança do Amazonas (Gedam) que, em 2015, foi premiado pela Fundação Nacional de Arte (Funarte).

Profissionalização

De acordo com o secretário de Cultura do Amazonas, Robério Braga, o Estado tem incentivado o segmento e registrado momentos importantes para os dançarinos amazonenses. “Estou muito satisfeito. Temos trabalhado intensamente por essa área artística. Hoje, contamos com atividades de dança folclórica, moderna e contemporânea”, enfatiza. Braga destaca ainda que os projetos artísticos desenvolvidos pelo governo, que contam com profissionais renomados, estão gerando empregos. “Estamos profissionalizando esses artistas”, aponta.

O diretor-geral do Casarão de Ideias, João Fernandes, afirma que é preciso lembrar essa manifestação artística também é uma profissão. “Existe uma cadeia produtiva, existem negócios relacionados a isso. Além de promover saúde e entretenimento, é formadora de opinião, de conceitos e sempre vai contribuir para uma sociedade mais igualitária”, argumenta. Ele também entende que a graduação oferecida pela UEA é um grande avanço e que os festivais realizados na cidade, como o “Mova-se”, são fundamentais para incentivar o mercado profissional em Manaus. “Nossa cidade tem bastante potencial. Agora, com a aprovação das leis, acreditamos que mais valor será agregado ao segmento. Precisamos avançar ainda e isso é uma necessidade de todo o Brasil, no que diz respeito à cultura”, destaca.

Ele conclui que os profissionais da dança precisam ser valorizados. “Precisamos ser vistos como profissionais, como moeda de troca. Que as pessoas paguem ingressos e estejam mais presentes nos espetáculos porque isso fortalece a cadeia e faz com que os artistas busquem essa profissionalização, que é de fundamental importância”, acrescenta.


Primeiro bailarino no American Ballet Theatre, de Nova Iorque, o amazonense Marcelo Mourão Gomes acredita na relevância de difundir essa arte. Ele começou a dançar com apenas cinco anos e hoje representa o Brasil em uma das companhias mais respeitadas do mundo. “A dança não é um esporte, mas trabalhamos como atletas para fazer arte no palco. Trazer ao teatro um público que valorize isso é a minha missão”, finaliza.

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O brasileiro que dança pelo mundo - Marcelo Mourão Gomes
 
 
Romeo and Juliet PD: Diana Vishneva and Marcelo Gomes 

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