Rapidinha com Antoine Dupuis: “ VIVER É VIAJAR”

DO TEXTO: Em sua passagem pela cidade de Macaé, o viajante francês, conversou com o PORTAL SPLISH SPLASH sobre suas andanças...
Felicidade para o jovem francês é abandonar chanel, Hermés, Dior e todo o mundo das grandes grifes francesas para sair pelo mundo sentindo cores, cheiros, conhecendo gente fazendo do mundo um só País, o País TERRA!




Por: Tâmara Oliveira Santana

Felicidade para o jovem francês é abandonar chanel, Hermés, Dior e todo o mundo das grandes grifes francesas para sair pelo mundo sentindo cores, cheiros, conhecendo gente fazendo do mundo um só País, o País TERRA!

Assim diz Antoine Dupuis que tem como opção de vida viajar por diferentes países. Em sua passagem pela cidade de Macaé, o viajante francês, conversou com o PORTAL SPLISH SPLASH sobre suas andanças, sobre sua visão em relação ao Brasil entre outros assuntos. Formado em Segurança no Trabalho (em nível de Terceiro Grau) Antoine resolveu largar seu estável trabalho na charmosa cidade francesa de Liré para aventurar – se pelo mundo com sua inseparável mochila que além de carregar seus pertences é “cheia” de estórias e Histórias. De acordo com Dupuis sua paixão por viagens começou no Canadá onde fez intercâmbio quando adolescente, ao retornar à sua pátria finalizou seus estudos, encontrou um bom trabalho, mas abandonou por se sentir incompleto e assim “caiu” na “estrada” aventurando-se há anos por inúmeras nações, falta espaço para enumerar os locais onde o nômade de 29 anos explorou, cita-se por -exemplo: China, Argentina, Uruguai, México, Chile, Canadá, EUA, Croácia, Portugal, etc.

PSS - É preciso ser rico para optar por só viajar na vida?

AD - De jeito algum! É preciso ser totalmente despojado, desapegado a bens materiais, ter a capacidade de se adaptar a tudo e a todos. Viajar é muito mais fácil e barato do que se possa imaginar, porém não é para todas as pessoas.

PSS - Se é tão simples assim, por que então “não é para todas as pessoas”?

AD - Porque uma pessoa que não vive sem aquilo, não vive sem isso, não irá agüentar viver por –exemplo sem luz no meio do “nada” no México, ou dividir um quarto pequeno com onze pessoas em hostels, ou pegar carona com caminhoneiros, por – exemplo. Para se optar por “viver” viajando é preciso estar com a alma, mente e coração abertos.

PSS - Não é meio “romântico” esse seu “discurso” de que viajar é barato?
AD - Claro que a pessoa precisa ter um certo capital para dar o primeiro passo, digo ter o dinheiro da passagem, mais alguns trocados e pronto! Há vários sites no mundo todo em que a pessoa troca trabalho em hostels por acomodação e alimentação, são sites reconhecidos e seguros. Quer viajar por outras cidades no país onde está e não quer gastar com acomodação? Utilize o Couchsurfing ou Hospitality club são sites criados desde de 2009, você pode se hospedar na casa de outras pessoas e receber gente do mundo inteiro em sua residência, são muito conhecidos e respeitados principalmente na Europa. Posso te dar mais outros vários exemplos de ”ferramentas” que utilizo para economizar e rodar por ai, as “dicas” que dou são baseadas nas que utilizo. 

PSS: Então já pegou carona de caminhão no Brasil? Trabalha no País?

AD - Cheguei em março e desde então trabalho no hostel Babilônia no morro da Babilônia no Rio de Janeiro, assim não pago pela acomodação e alimentação. Quanto a pegar carona de caminhão no Brasil não, porque comecei a viajar aqui sozinho e parece não ter muita tradição no País em relação a caronas na beira da estrada. Claro que a gente tem que estudar e se adaptar a nação onde está, as pessoas nas quais conversei disseram ser meio arriscado, então prefiro evitar, mas claro, já peguei no Canadá, Portugal, Argentina entre outros países.

PSS - Como está sendo sua experiência no Brasil? Era o que você esperava?

AD - A experiência no Brasil está sendo enriquecedora, como disse moro em uma comunidade no morro da Babilônia, fico entre “dois mundos” , pois o hostel fica localizado em ponto “estratégico” para um lado da rua dá acesso rápido e fácil ao bairro do Leme bonito, rico, com praia, glamouroso, para o outro lado cai-se exatamente na favela ocupada por policiais, onde se há tiroteios, onde crianças brincam descalças só com shorts na ”rua”. Dentro do hostel tem-se conforto, beleza, piscina e vista bela para o mar, porém quando olhamos do lado de fora do portão nos deparamos com a realidade “nua e crua” de uma gente com muita necessidade.

PSS - Você tem algum tipo de relação com os moradores do morro Babilônia?

AD - De vez em quando jogo futebol com alguns moradores, meu Português ainda limita-me um pouco em estreitar relações, mas penso em ensinar Inglês e Francês no meu tempo de folga para crianças e adolescentes da redondeza.

PSS - O que mais te encanta no Brasil e o que menos te chama atenção?

AD - Me encanto pelas belezas naturais, pela musicalidade. Me impressiona a falta de negros na televisão, as emissoras daqui parecem mais nórdicas do que brasileiras.

PSS - O que sua família acha da sua opção de vida?

AD - Meus pais são tranqüilos, mas minha mãe de vez em quando diz que não amo minha família. Amo sim! Mas a vida é muito mais do que ficar parado em um local só, por mais que se tenha uma vida confortável e muito amor.

PSS - Após o Brasil para onde irá ? Quanto tempo geralmente fica em cada País?

AD - Saindo do Brasil retorno a Argentina, Uruguai, Chile. Fico em média de três a quatro meses em cada país, mas esse tempo pode aumentar.

PSS - O que achou de Macaé?

AD - Passei apenas dois dias na cidade, o que levo da cidade é a hospitalidade da família na qual fiquei em Macaé. A alegria e generosidade encantou-me. E sim encontrei a família no couchsurfing (site de hospedagem conhecido mundialmente onde as pessoas abrem as portas de suas casas para outras sem cobrar pela hospedaria).

PSS - Em próximo 23 de abril será o primeiro turno das eleições para presidente na França. Caso Nicolas Sarkozy e François Hollande voltassem a concorrer o que não é o caso, em qual dos dois você optaria? Pode revelar entre os cinco candidatos em quem você irá votar?

AD - Sarkozy é um arrogante e Hollande é um traidor, a escolha seria meio dura. Voto é secreto neste caso prefiro revelar somente para as urnas (risos).

Para quem quer entender mais sobre o couchsurfing e Hospitality Club seguem os endereços eletrônicos, boa sorte e ótima viagem!





O aventureiro Antoine Dupuis que faz das viagens seu estilo de vida

POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários