O espetáculo “Réquiem Para Dois” chega ao Rio encerrando circulação nacional

DO TEXTO:
crédito da foto: Jonatas Amaral

Intercâmbio cultural traz a Cia de Intérpretes Independentes de Manaus para o Teatro Cândido Mendes

 
Alba Bittencourt
Portal Splish Splash

 

A Companhia de Intérpretes Independentes, de Manaus (AM), chega ao Rio com o espetáculo “Réquiem para dois”, trazendo na bagagem experiências para compartilhar sobre a técnica de Movimentação de Membros Superiores (MMS). A programação na Universidade Cândido Mendes, em Ipanema, é totalmente gratuita e inclui workshop no próximo dia 23, palestra no dia 24 e apresentação do espetáculo no dia 27. É a última etapa do projeto de circulação da companhia premiada no ano passado pelo Klauss Vianna, da Funarte, e que passou por Brasília (DF), Belo Horizonte e Ouro Preto (MG).

“Réquiem para dois” aborda a morte sob a ótica de quem fica, com enfoque para as consequência dentro do ser humano que perde um ente querido e como ele reage diante dessa situação. Em cena estão Ricardo Risuenho, que também é o diretor, e Anna Raphaella Costa. “O trabalho foi criado em 2015 a partir de um espetáculo que vi em Belém há mais de 20 anos, baseado na obra inacabada do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, o ‘Réquiem em Ré Menor (K 626)’, de 1791. A abordagem era mais dolorosa, mais sobre as sensações de dor e medo daquele que vai morrer. A nossa é mais leve, mas não deixa de ser poética. Tem a dor da perda, só que com mais nuances”, explica Risuenho.

A apresentação de “Réquiem para dois” terá duas sessões no dia 27, às 17h e às 20h, ambas com entrada franca. Depois da primeira sessão, haverá um bate-papo com o diretor Ricardo Risuenho e a bailarina Anna Raphaella Costa.
As inscrições para o workshop gratuito sobre a técnica de MMS no dia 23, às 10h, com três horas de duração estão abertas, para bailarinos, atores, estudantes e professores de dança. Elas podem ser feitas pelo e-mail producaorequiem2@gmail.com. Assim como o workshop, a palestra do dia 24, às 10h, também será de graça, na Universidade Cândido Mendes, sobre a técnica e a pesquisa desenvolvida pela Companhia de Intérpretes Independentes. 

O PROJETO

A Companhia de Intérpretes Independentes, uma companhia de dança teatro com sede em Manaus há 13 anos, investiga uma linha de movimentação específica que dá ênfase às ações dos membros superiores, uma técnica de preparação corporal e uma metodologia para os seus processos de criação.

O projeto de circulação nacional “Réquiem para dois” tem como objetivo a difusão das informações teóricas e práticas adquiridas no decurso dessa investigação para maior compreensão e aprimoramento no seu fazer artístico no âmbito de suas produções.

As apresentações do espetáculo seguidas de uma discussão com a plateia vão possibilitar ao público, além do entretenimento e reflexão sobre a temática, a compreensão do processo de criação da companhia.

Entendendo que os participantes das palestras e workshops da Técnica MMS serão profissionais, professores, estudantes ligados ao trabalho corporal nas artes cênicas, essas atividades vão proporcionar novos caminhos de pesquisa e preparação corporal, contribuindo para o desenvolvimento da dança brasileira.

A escolha das universidades com o curso de graduação em dança e teatro para a realização desse intercâmbio parte da premissa de que o ambiente acadêmico é criado para promover as transformações do conhecimento, tendo um papel fundamental nesse processo, por possibilitar a discussão, o diálogo e a reflexão.

A programação tem apoio institucional da Universidade Cândido Mendes e é a última etapa do projeto de circulação da Companhia de Manaus, premiada no ano passado pelo Klauss Vianna, da Funarte.

SOBRE A COMPANHIA

A Companhia de Intérpretes Independentes surgiu no ano de 2003 e, em seus 13 anos de existência, produziu 17 encenações coreográficas, que foram apresentadas em várias cidades do Brasil e da Itália. A companhia já foi contemplada em nove edições do Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna; no Circuito SESC Amazonas da Artes 2016; em duas edições do Prêmio de Apoio as Artes (PROARTE) da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas; com dois prêmios “Dança na Cidade”; um prêmio “Valores da Terra” e dois Prêmios “Manaus Conexões Culturais” da Manauscult.

A Intérpretes Independentes é dirigida por Ricardo Risuenho, encenador coreográfico, paraense e residente em Manaus, que trabalha com a expressão da dança teatro e, há 11 anos, realiza na companhia a pesquisa “Do Movimento à Criação”, que tem como base a investigação das possibilidades da movimentação dos membros superiores, o que resultou na compreensão dos conceitos básicos do corpo, movimento e elementos cênicos adotados pela companhia, assim como no desenvolvimento de uma Técnica MMS. Essa pesquisa, a produção, a apresentação de encenações coreográficas e a socialização do conhecimento são os pilares do trabalho da Cia de Intérpretes Independentes.

Atualmente, a companhia trabalha em seu teatro alternativo, o Espaço das Cias, no centro de Manaus, inaugurado há três anos, com capacidade de 50 lugares. Lá a companhia realiza aulas, ensaios, palestras, cursos e apresentações. Ter um espaço próprio facilitou muito o desenvolvimento de seus projetos, o avanço em suas investigações cênicas e sua pesquisa sobre os movimentos dos membros superiores. E já teve início, a produção do primeiro livro sobre a pesquisa “Do movimento à criação”.

O ESPETÁCULO

“Réquiem para dois” tem como tema central a morte, na contramão ao pensamento do filósofo La Rochefoucauld, que afirmava que “não se pode olhar de frente nem o sol nem a morte, porque olhar o sol ofusca a vista, e encarar a morte perturba a vida”. Criado sob o conceito de morte como parte de um ciclo temporal, o espetáculo enfoca a perda, não de quem vai, mas de quem fica.          
“Réquiem para dois” foi concebido para dois intérpretes – Anna Raphaella Costa e Ricardo Risuenho. Tendo como base a dança contemporânea, o texto de movimento foi criado por Ricardo Risuenho a partir da pesquisa de movimentação dos membros superiores que a companhia desenvolve há 11 anos. A cenografia composta por uma área do palco coberta por crisântemos, além de duas cadeiras de madeira.

FICHA TÉCNICA

Encenação e Texto de Movimento – Ricardo Risuenho
Intérpretes – Anna Raphaella Costa e Ricardo Risuenho
Operação de Luz – Luiz Oliva
Operação de Som – Iara Araújo
Técnico de Montagem de Luz: Pedro Paulo Thimoteo
Palestrante – Ricardo Risuenho
Ministrante do Workshop – Ricardo Risuenho e Anna Raphaella Costa
Coordenação de Produção Geral – Nyvea Karam
Produção Executiva Rio de Janeiro – Ana Carina
Apoio Institucional: Universidade Cândido Mendes
Apoio Cultural: Teatro Cândido Mendes

SERVIÇO

Programação Companhia de Intérpretes Independentes
Dia 23/3 às 10h – Workshop sobre a técnica de Movimentação de Membros Superiores (MMS). Inscrições abertas para bailarinos, atores, estudantes e professores de dança pelo e-mail producaorequiem2@gmail.com.
Dia 24/3às 10h – Palestra sobre a pesquisa de desenvolvimento da técnica de Movimentação de Membros Superiores (MMS).
Dia 27/3às 17h e às 20h – Apresentação do espetáculo “Réquiem para dois”. Palestra dos atores depois da primeira sessão.
Todos eventos gratuitos na Universidade Cândido Mendes (workshop e palestra) e no Teatro Cândido Mendes (espetáculo)
Endereço: Rua Joana Angélica, 63, Ipanema.

Contatos

Fanpage Cia: https://www.facebook.com/CiadeInterpretesIndependentes
Fanpage Espaço das Cias: https://www.facebook.com/Espa%C3%A7o-das-Cias-607827132696301/?fref=ts
Canal Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCdDxzMr5djlDokM9rfNe2cQ

OS ARTISTAS

RICARDO RISUENHO – Diretor/intérprete



Ganhador do Troféu Mambembe de Coreógrafo Revelação em 1997, Ricardo Risuenho é uma referência da dança contemporânea brasileira, desenvolvida na Região Norte do país.
 
Estudou dança moderna e contemporânea com Marilene Melo. Fez parte do Grupo Encarte dirigido por Marilene Melo (PA) durante treze (13) anos como bailarino e coreógrafo residente do grupo, realizou apresentações em várias capitais do país e em vários Festivais nacionais. E coreografou para o mesmo, espetáculos como: Corpo (1985) Adormecendo na Calma da Inocência (1989), Réquiem (1990), Cantata (1993).

Em 1996, fundou com Rosângela Estumano a Cia de Arte Farrabamba, que depois passou a se chamar Farrabamba cia de dança, a qual se tornou referência em dança contemporânea no estado do Pará. Coreografando vários trabalhos, entre eles: A Cruz e a Moça (1996), Ligações Perigosas (1997), Cânticos (1998), Dança Popular e Réquiem - remontagem de 10 anos (2000).

Coreografou espetáculos para alguns grupos e cias de dança como: Grupo coreográfico da Universidade Federal do Pará (Messiah - 1995 (PA)), Grupo Marilene Melo (Do Fundo Profano/Asilo/Dança Popular (PA)), Tápias Cia de Dança (Dança dos Homens - 1998/Plural - 2008 (RJ)), Corpo de Dança do Amazonas (O Mundo da Razão Presente - 2009(AM)).

Em 2001, mudou se para Manaus (AM) onde fundou a Risuenho Cia de Dança, que depois passou a se chamar Cia de Intérpretes Independentes, onde atualmente atua como encenador coreográfico, tendo montado diversos espetáculos, entre eles: Mulheres de Macbeth (2003), Ilha da Ira (2004), Ruídos da Solidão (2005/08), Origem (2006/07/10), Zé (2009), Mulheres de M - remontagem do primeiro espetáculo (2010), Com Shakespeare na rua (2011), A Cruz e a Moça e Bella (2012), A Vida começa pela memória (2013).

Sua experiência com a docência: Universidade do Estado do Amazonas no curso de dança nas disciplinas Teoria e análise do movimento, dança clássica, dança moderna e Cinesiologia (2003-2005), ULBRA-AM no curso de educação Física na disciplina Anatomia (2003), Fundação Cultural Cláudio Santoro no curso de Formação Artística/dança nas disciplinas Anatomia do movimento, consciência corporal e improvisação (2005) AM; Fundação Curro Velho oficinas de Iniciação a dança e dança contemporânea (1996 - 1997).

Contemplando com as seguintes premiações: Primeiros lugares nas categorias Duo e Conjunto na modalidade contemporâneo no Festival SESI-Pará (1996 a 1998); Coreógrafo e Bailarino Destaque pela Associação Paraense de dança (1999); Título de Honra ao Mérito concedido pela Câmara Municipal de Belém (2003) - PA; Melhor espetáculo Júri Popular no Festival de Teatro e Dança de João Pessoa - PR;

1º Lugar na modalidade Contemporâneo no Festival de Dança de Joinville (1991) - SC; 2º lugar na categoria contemporânea no Seminário Internacional de Dança de Brasília - DF; Troféu Mambembe de Coreógrafo Revelação (1997) - RJ.

É citado como um dos coreógrafos da Frente contemporânea brasileira na revista Dança & Cia (edição 13 - Ano III - No 01 - 2000 - Artigo: Brasil de 2000) e no Livro História da Dança - evolução cultural de Eliana Caminada, que o cita como um coreógrafo dono de uma linguagem de dança... que consegue transmitir o clima brasileiro, sem cair em regionalismos ou estereótipos de falsa brasilidade.

Como iluminador, fez os desenhos de luz de quase todas suas montagens coreográficas, entre elas: Réquiem, Adormecendo na calma da inocência, Dança Popular, Asilo, Cânticos (PA), Mulheres de Macbeth, A Ilha da Ira, Origem, Ruídos da Solidão, Mundo da Razão Presente (AM). Também assinou a iluminação dos espetáculos: Rito de Passagem, Rastros Híbridos e O Processo para Índios.com Cia de Dança, Amazônia Nau da Renascença Cia de Dança e Confluências da Cia Rodrigo Vieira (AM).

Participou da curadoria de eventos como: Laboratório Contemporâneo em 2008, um evento que visava discutir os processos de criação de grupos e companhias de dança contemporânea na cidade de Manaus (AM), e Mova se edição 2011, uma mostra nacional de dança contemporânea realizada anualmente em Manaus (AM). E também foi jurado no Concurso de Carnaval e Quadrilha nas Festas Juninas na cidade de Belém (PA) em 1995, 1996 e 1997.

ANNA RAPHAELLA COSTA – Intérprete bailarina/Palestrante




Bailarina e professora de História, pós-graduanda em Pedagogia da Dança e Metodologia do Ensino da História.

Iniciou seus estudos em 1983 no Grupo Coreográfico do Colégio Moderno, em Belém, onde estudou de 1983 a 1994. Foi convidada, em dezembro de 1996, pela Cia. Sasha Waltz & Guests (de Berlim, Alemanha) a participar de seu espetáculo pela VII Semana de Cultura Alemã em Belém. Em março de 1997 passou a integrar a Cia. de Arte Farrabamba, dirigida pelo bailarino e coreógrafo Ricardo Risuenho, participando dos espetáculos Cantata, Réquiem, Cânticos, Ligações Perigosas e Dança Popular.

Como atriz, participou da oficina de teatro do Colégio Moderno e do Grupo de Teatro Pessoal do Tico-Tico no Fubá, ambos dirigidos por José Leal. Participou também do Grupo Experiência. Nos anos de 1993 e 1994 participou do Grupo de Teatro do SESI.

Em maio de 1998, foi convidada a integrar a Cia. Atores Contemporâneos, dirigida por Miguel Santa Brígida, que desenvolve a linguagem do Teatro do Movimento.

Participou de cursos com profissionais renomados nacional e internacionalmente, como: Amarildo Cassiano (SP), Lú Spinelli (CE), Beth Gomes (PA), Cássia Navas (SP), Roseli Rodrigues (SP), Eduardo Menezes (SP), Edy Wilson (SP), Karah Abiog (USA), Ronald Brown (USA), Cristopher Elam (USA), Carlota Portella (RJ), Gisele Tápias (RJ), Luís Ferron (RJ), Joca Vergo (RS), Regina Sauer (RJ), Heino Reimers e Amira Campora (Argentina), Eva-Maria Lerchenberg-Thöny (Alemanha), Sasha Waltz (Alemanha), Emílio Martins (RJ), Angel Vianna (RJ) e Fernando Telles (RJ), Miguel Ângelo (Itália), Guivalde Almeida (SP), Ricardo Scheir (SP), Éder Jastes (PA), Steven Harper (EUA), Eduardo Menezes (SP), Humberto Teixeira (MG), Patrícia Salgado (RJ), Beatriz Adeodato (BA).

Participou de companhias como Grupo coreográfico do Colégio Moderno, Cia de Ballet Jaime Amaral, Cia de Arte Farrabamba, Cia de dança Ana Unger.

Foi ministrante durante 11 anos de oficinas de dança na Fundação Curro Velho desde 1993, trabalhando também na área da arte-educação com o projeto de iniciação artística com crianças na faixa etária de 4 a 14 anos.

Já coreografou Comissões de Frente de grandes Escolas de Samba de Belém, a exemplo de Rancho Não Posso Me Amofiná e A Grande Família. Participou como jurada em desfiles das escolas de samba de Belém e em concursos de quadrilhas também em Belém, Tucuruí e Bragança.
Em abril de 2005, formou a CLIO escola de dança em Bragança, inserindo a cidade no contexto da dança acadêmica, desenvolvendo atividades voltadas para o ensino do ballet clássico, jazz, sapateado, contemporâneo e dança de salão.

Promoveu, de 2005 a 2011, espetáculos de final de ano, possibilitando assim um rico intercâmbio entre bailarinos de Belém e os da cidade de Bragança.

Em 2012, mudou-se para o município de Tucuruí, abrindo sua escola neste mesmo município com o objetivo de contribuir com sua experiência e trabalho sério ajudando a desenvolver a dança cada vez mais em Tucuruí. Participou com sua companhia jovem de eventos no estado do Pará, Dança Pará festival, Encontro Internacional de dança do Pará, Festival Internacional de Dança da Amazônia, entre outros, obtendo juntamente com seus bailarinos grande destaque, assim como premiações diversas, junto aos profissionais que compõem os eventos.

Atualmente reside em Manaus onde ao convite de Ricardo Risuenho retomou a parceria com o mesmo, integrando a Cia Intérpretes Independentes. Em 2013 esteve em turnê pelo Brasil com a companhia com o espetáculo A VIDA COMEÇA PELA MEMÓRIA. A companhia trabalha na linha contemporânea de pesquisa de movimentos, desenvolvendo sua investigação técnica na movimentação dos membros superiores (técnica MMS), estudo desenvolvido a partir da biomecânica desses membros.

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