Jurista Wálter Maierovitch afirma ser contra o foro privilegiado, durante entrevista ao programa Show Business de sábado (4/3)

DO TEXTO:

Wálter Maierovitch afirma ser contra o foro privilegiado, durante entrevista ao programa Show Business de sábado (4/3)
Por Derbson Frota
A jornalista e colunista Sonia Racy entrevista, neste sábado (4/3), o professor e jurista Wálter Maierovitch, presidente do Instituto Giovanni Falcone. No programa, ele falou sobre o crime organizado de colarinho branco, as operações Lava Jato e Mãos Limpas, na Itália, e o foro privilegiado. O programa vai ao ar à 0h20 pela TV Band.


Apesar de ser um especialista, Maierovitch, assim como muitos brasileiros, não consegue prever o fim da Lava Jato. “Vai depender muito da articulação e da pressão dos cidadãos em não aceitar decisões errôneas do Congresso”, opinou. “Essa operação é só o início de um mecanismo de fiscalização de crimes cometidos por poderosos. São necessários sistemas permanentes de fiscalização porque a corrupção é como um câncer. Se não combater, ela volta”, analisou. 


Comparando a operação brasileira à italiana Mãos Limpas, ele falou sobre a agilidade das prisões no país europeu. “Ambas têm em comum o fato de investigarem a corrupção partidária. Mas lá, apesar de terem sido detidos mais de 800 políticos e empresários, a população se cansou rapidamente, o que fez com que perdesse o apoio da opinião pública. Aqui, ocorre o oposto: o interesse popular aumenta, mas a justiça é morosa”, afirmou. 

Parte dessa demora nas condenações e prisões dos políticos, ele atribui ao modelo do Supremo Tribunal Federal no Brasil. “São apenas onze ministros com uma imensidão de processos para avaliar e mandatos extensos – a aposentadoria é obrigatória só após os 75 anos -, que impede a modernização nos julgamentos dos processos”, disse. Outro fator é o foro privilegiado a políticos – Maierovitch é contra. Segundo o jurista, isso explica a discrepância no número de prisões de empresários, condenados em primeira instância, em relação aos políticos. “Na Itália, por exemplo, e em outros países da Europa essa concessão não existe. Nossa suprema corte segue o padrão norte-americano”. 

Apesar de ser favorável à operação, ele afirmou que os erros são naturais. “A justiça é feita por homens e para corrigi-los existem mecanismos como habeas corpus e recursos”.

Sobre o Show Business - O Show Business vai ao ar pela Band para todo o País, na madrugada de sábado para domingo, à 0h20, logo após o Top Cine, com reapresentação na madrugada de domingo, à 1h15. Na NGT, o programa tem reprise às quintas-feiras e aos sábados, às 20hs e às 21hs, respectivamente.

POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários