Entre os países do Velho Continente que participaram do estudo é mais forte a ideia de que o bloco mais agravou a crise econômica do que ajudou
Alba Bittencourt Portal Splish Splash
Há 60 anos, Bélgica, França, Alemanha Ocidental, Itália, Luxemburgo e os Países Baixos assinaram o Tratado de Roma, que daria início ao projeto da União Europeia. Para analisar o que as nações europeias e de outros continentes acham do bloco após todos esses anos, a Ipsos realizou um estudo global, em 25 países, incluindo Brasil.
Para 57% dos entrevistados nos nove países europeus que participam da pesquisa, a União Europeia está no caminho errado. Esse índice é de 69% na Bélgica e 45% na Alemanha.
Mais europeus pensam que a UE agravou os efeitos da crise econômica no seu país do que ajudou – exceto na Hungria e Polônia que não pertencem à zona do Euro. No caso de Itália, metade dos entrevistados acham que impacto é negativo, seguidos pela França (48%) e Bélgica (48%).
Em média, pouco mais da metade das pessoas (53%) concordam que, em conjunto, os países da UE são mais fortes no combate aos problemas globais, sendo Polônia (64%), Espanha (62%) e Alemanha (61%) os mais favoráveis. Por outro lado, Itália (35%), Bélgica (34%) e França (32%) são os que mais discordam deste pensamento.
UE é um projeto de sucesso?
Um terço (34%) da população mundial acredita que o bloco tenha tido mais sucesso do que falhas, sendo os mais otimistas México e África do Sul, empatados com 49%, China com 48% e Índia com 44%. O Brasil está em linha com a média global - 37% concordam com esta visão. Quando se compara a porcentagem entre países europeus e não europeus, o índice de avaliação positiva é de 33% e 35%, respectivamente.
Cerca de três quartos (73%) das pessoas nos nove países europeus são otimistas sobre a facilidade que a UE proporcionou para viajar dentro da Europa. 64% são positivos quanto à contribuição no comércio entre as nações europeias e 58% dos europeus aprovam como o projeto ajudou nas relações pacíficas entre as nações do velho continente.
Outro ponto levantado é que 46% dos europeus e 53% dos não europeus pensam que o projeto tornou a Europa mais forte, sendo os belgas (34%), franceses (33%) e italianos (30%) os menos positivos, embora as três nações sejam fundadoras do projeto.
Os países divergem sobre o impacto do projeto europeu no nível de vida da população local. Polônia, Espanha e Alemanha (56, 48% e 47%, respectivamente) consideram o impacto positivo, enquanto Bélgica, Itália e França apresentaram resultados mais pessimistas (29, 25% e 20%, respectivamente).
Avaliando o futuro
Os europeus pensam que as prioridades mais importantes da UE deveriam ser: reduzir a pobreza e as desigualdades sociais; combater a criminalidade organizada e o terrorismo; criar crescimento econômico e emprego; reduzir a imigração ilegal e combater a fraude e evasão fiscal.
Além disso, cerca de dois terços (65%) dos europeus acreditam que os países da União Europeia devam cooperar mais para reduzir a imigração ilegal de fora do bloco. Uma percentagem semelhante (64%) considera que as nações pertencentes ao bloco deveriam reduzir o fluxo de refugiados, agindo assim para impor acordos aos conflitos nos seus países de origem.
A maioria dos entrevistados de todos os países europeus (59%) é favorável à compra de menos energia proveniente de países terceiros e metade (50%) dos europeus é a favor da eleição direta do Presidente da Comissão Europeia.
Visão brasileira
O Brasil se destaca por enxergar com bons olhos o surgimento da EU – 64% dos entrevistados no país acreditam que o projeto tem grande força para resolver os problemas mundiais. México, Colômbia e Coreia do Sul lideram a lista com 73%, 68% e 67%, respectivamente. A média mundial também reflete uma visão otimista, totalizando 53%.
Quando questionados se o bloco europeu influencia o resto do mundo, novamente o Brasil somou 64% de aprovação, ficando em quarto lugar junto com a África do Sul. A opinião global é favorável, com índice de 54%, e as nações mais confiantes nesse tema são Coreia do Sul (71%), México (67%) e Colômbia (65%).
59% dos brasileiros também acreditam que o projeto tornou a Europa mais forte e de novo, os primeiros colocados do ranking são México (73%), África do Sul (68%) e Colômbia (64%). A maioria dos brasileiros (54%) ainda concorda que a União Europeia é um exemplo de uma região estável para o resto do mundo, sendo os maiores índices de aprovação na Índia (63%), México (62%) e África do Sul (61%).
O Brasil, assim como a média global, só se mostra dividido sobre o fato do Euro ser considerado ou não uma moeda forte, já que 32% acreditam na instabilidade versus 31% na estabilidade. Os países que mais aprovam o Euro são: África do Sul com 52% e Alemanha e Colômbia, empatadas, com 40%. Já os que reprovam a moeda europeia são Turquia (47%) e Grã-Bretanha (46%).
"O 60º aniversário do projeto europeu coincide com o que muitos afirmam ser um momento de crise para a UE. O sentimento generalizado é de que a confiança pública na União Europeia é uma das mais baixas de todos os tempos, ainda mais depois de uma grave crise econômica – que ainda deixa suas marcas –, da questão dos refugiados, de uma onda de ataques terroristas e do Brexit. O nosso estudo mostra, no entanto, que os brasileiros aprovam a criação da UE, já que enxergam a força que o bloco possui para solucionar problemas mundiais e como o continente europeu se tornou mais forte nestes 60 anos”, afirma Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs.
O estudo entrevistou 18.021 adultos entre 17 de fevereiro e 3 de março. A pesquisa foi realizada através de painel online, em 25 países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, Rússia, Suécia e Turquia. A margem de erro é 3,5%.
Sobre a Ipsos
A Ipsos é uma empresa independente global na área de pesquisa de mercado presente em 88 países. A companhia tem mais de 5 mil clientes e ocupa a terceira posição na indústria de pesquisa. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos atua ainda nas áreas de publicidade, fidelização de clientes, marketing, mídia, opinião pública e coleta de dados. Os pesquisadores da Ipsos avaliam o potencial do mercado e interpretam as tendências. Desenvolvem e constroem marcas, ajudam os clientes a construírem relacionamento de longo prazo com seus parceiros, testam publicidade e analisam audiência, medem a opinião pública ao redor do mundo. Para mais informações, acesse: www.ipsos.com.br,www.ipsos.com, https://youtu.be/QpajPPwN4oE,https://youtu.be/EWda5jAElZ0e https://youtu.be/2KgINZxhTAU.
Entre os países do Velho Continente que participaram do estudo é mais forte a ideia de que o bloco mais agravou a crise econômica do que ajudou
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Há 60 anos, Bélgica, França, Alemanha Ocidental, Itália, Luxemburgo e os Países Baixos assinaram o Tratado de Roma, que daria início ao projeto da União Europeia. Para analisar o que as nações europeias e de outros continentes acham do bloco após todos esses anos, a Ipsos realizou um estudo global, em 25 países, incluindo Brasil.
Para 57% dos entrevistados nos nove países europeus que participam da pesquisa, a União Europeia está no caminho errado. Esse índice é de 69% na Bélgica e 45% na Alemanha.
Mais europeus pensam que a UE agravou os efeitos da crise econômica no seu país do que ajudou – exceto na Hungria e Polônia que não pertencem à zona do Euro. No caso de Itália, metade dos entrevistados acham que impacto é negativo, seguidos pela França (48%) e Bélgica (48%).
Em média, pouco mais da metade das pessoas (53%) concordam que, em conjunto, os países da UE são mais fortes no combate aos problemas globais, sendo Polônia (64%), Espanha (62%) e Alemanha (61%) os mais favoráveis. Por outro lado, Itália (35%), Bélgica (34%) e França (32%) são os que mais discordam deste pensamento.
UE é um projeto de sucesso?
Um terço (34%) da população mundial acredita que o bloco tenha tido mais sucesso do que falhas, sendo os mais otimistas México e África do Sul, empatados com 49%, China com 48% e Índia com 44%. O Brasil está em linha com a média global - 37% concordam com esta visão. Quando se compara a porcentagem entre países europeus e não europeus, o índice de avaliação positiva é de 33% e 35%, respectivamente.
Cerca de três quartos (73%) das pessoas nos nove países europeus são otimistas sobre a facilidade que a UE proporcionou para viajar dentro da Europa. 64% são positivos quanto à contribuição no comércio entre as nações europeias e 58% dos europeus aprovam como o projeto ajudou nas relações pacíficas entre as nações do velho continente.
Outro ponto levantado é que 46% dos europeus e 53% dos não europeus pensam que o projeto tornou a Europa mais forte, sendo os belgas (34%), franceses (33%) e italianos (30%) os menos positivos, embora as três nações sejam fundadoras do projeto.
Os países divergem sobre o impacto do projeto europeu no nível de vida da população local. Polônia, Espanha e Alemanha (56, 48% e 47%, respectivamente) consideram o impacto positivo, enquanto Bélgica, Itália e França apresentaram resultados mais pessimistas (29, 25% e 20%, respectivamente).
Avaliando o futuro
Os europeus pensam que as prioridades mais importantes da UE deveriam ser: reduzir a pobreza e as desigualdades sociais; combater a criminalidade organizada e o terrorismo; criar crescimento econômico e emprego; reduzir a imigração ilegal e combater a fraude e evasão fiscal.
Além disso, cerca de dois terços (65%) dos europeus acreditam que os países da União Europeia devam cooperar mais para reduzir a imigração ilegal de fora do bloco. Uma percentagem semelhante (64%) considera que as nações pertencentes ao bloco deveriam reduzir o fluxo de refugiados, agindo assim para impor acordos aos conflitos nos seus países de origem.
A maioria dos entrevistados de todos os países europeus (59%) é favorável à compra de menos energia proveniente de países terceiros e metade (50%) dos europeus é a favor da eleição direta do Presidente da Comissão Europeia.
Visão brasileira
O Brasil se destaca por enxergar com bons olhos o surgimento da EU – 64% dos entrevistados no país acreditam que o projeto tem grande força para resolver os problemas mundiais. México, Colômbia e Coreia do Sul lideram a lista com 73%, 68% e 67%, respectivamente. A média mundial também reflete uma visão otimista, totalizando 53%.
Quando questionados se o bloco europeu influencia o resto do mundo, novamente o Brasil somou 64% de aprovação, ficando em quarto lugar junto com a África do Sul. A opinião global é favorável, com índice de 54%, e as nações mais confiantes nesse tema são Coreia do Sul (71%), México (67%) e Colômbia (65%).
59% dos brasileiros também acreditam que o projeto tornou a Europa mais forte e de novo, os primeiros colocados do ranking são México (73%), África do Sul (68%) e Colômbia (64%). A maioria dos brasileiros (54%) ainda concorda que a União Europeia é um exemplo de uma região estável para o resto do mundo, sendo os maiores índices de aprovação na Índia (63%), México (62%) e África do Sul (61%).
O Brasil, assim como a média global, só se mostra dividido sobre o fato do Euro ser considerado ou não uma moeda forte, já que 32% acreditam na instabilidade versus 31% na estabilidade. Os países que mais aprovam o Euro são: África do Sul com 52% e Alemanha e Colômbia, empatadas, com 40%. Já os que reprovam a moeda europeia são Turquia (47%) e Grã-Bretanha (46%).
"O 60º aniversário do projeto europeu coincide com o que muitos afirmam ser um momento de crise para a UE. O sentimento generalizado é de que a confiança pública na União Europeia é uma das mais baixas de todos os tempos, ainda mais depois de uma grave crise econômica – que ainda deixa suas marcas –, da questão dos refugiados, de uma onda de ataques terroristas e do Brexit. O nosso estudo mostra, no entanto, que os brasileiros aprovam a criação da UE, já que enxergam a força que o bloco possui para solucionar problemas mundiais e como o continente europeu se tornou mais forte nestes 60 anos”, afirma Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs.
O estudo entrevistou 18.021 adultos entre 17 de fevereiro e 3 de março. A pesquisa foi realizada através de painel online, em 25 países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, Rússia, Suécia e Turquia. A margem de erro é 3,5%.
Sobre a Ipsos
A Ipsos é uma empresa independente global na área de pesquisa de mercado presente em 88 países. A companhia tem mais de 5 mil clientes e ocupa a terceira posição na indústria de pesquisa. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos atua ainda nas áreas de publicidade, fidelização de clientes, marketing, mídia, opinião pública e coleta de dados. Os pesquisadores da Ipsos avaliam o potencial do mercado e interpretam as tendências. Desenvolvem e constroem marcas, ajudam os clientes a construírem relacionamento de longo prazo com seus parceiros, testam publicidade e analisam audiência, medem a opinião pública ao redor do mundo. Para mais informações, acesse: www.ipsos.com.br, www.ipsos.com, https://youtu.be/QpajPPwN4oE, https://youtu.be/EWda5jAElZ0 e https://youtu.be/2KgINZxhTAU.
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