Do jornalista João Rocha

DO TEXTO:




O triunfo das meninas


                                                       



 É bom deixar claro – estas linhas vão seguir um rumo masculino, logo parcial. Os namorados são o assunto, o enquadramento é o “Dia de São Valentim”, que se celebra hoje, 14 de Fevereiro.
Recuando à doçura da infância, as namoradas constituem um espaço completamente vazio na existência de um rapaz.
A coisa é, aliás, taxativa. O nosso território é algo inacessível para o sexo oposto.
As meninas não entram, de maneira nenhuma, nas contas do dia-a-dia. Não há lugar para saias nas jogatanas de rua e, muito menos, nas conversas “próprias de rapazes”.
Se alguém fala em namorada, o petiz ruboriza e afirma, alto e em bom som, que não precisa de raparigas para absolutamente nada.
Aguenta-se assim até ao fim da primária (básico, é terminologia dos dias de hoje).
Na preparatória, a coisa muda de figura. O encanto feminino faz-se sentir e, aí, começamos a vacilar.
O melhor amigo fica enfeitiçado pela miúda mais bonita da escola e deixa, aos poucos, de marcar presença no reduto masculino.
Quando damos por nós, estamos na mesma. Há uma rapariga que nos faz sentir secura nos lábios, tremer como varas verdes...
Então, se a sensação tem correspondência na destinatária, é muito mais do que o correio azul – o caminho que nos leva ao namoro está percorrido na íntegra.
O que era impensável na época da meninice, acaba por acontecer com sina de destino. Depois, são os amigos que se queixam. “Essa rapariga mudou-te por completo”, “até parece que já não sais de casa” e outras laradas do género são temas habituais de conversas no masculino.
Uma coisa parece certa: para dar a volta à cabeça de um rapaz, nada melhor do que as nossas “inimigas” de infância.
É o triunfo, indiscutível, das meninas. Deve haver um antídoto com vista a superar a situação, mas ainda está por descobrir. 
Porém, nada de perder a esperança rapaziada...

joaorochagenio@hotmail.com

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