Ben Jor percorre o Brasil com Skank e Céu em shows grátis do Nivea Viva

DO TEXTO:
Henrique Portugal, Samuel Rosa, Jorge Ben Jor, Céu, Lato Zaneti e Haroldo Ferretti, que se apresentam no Nivea Viva

Thales de Menezes
de São Paulo

Jorge Ben Jor é o homenageado da sexta edição do projeto Nivea Viva, que a cada ano organiza shows gratuitos ao ar livre em capitais brasileiras.
Em outras temporadas, foram produzidos tributos a Elis Regina (2012), Tom Jobim (2013) e Tim Maia (2015).

Em duas edições, ainda, a opção foi prestar homenagem a gêneros musicais. O samba (2014) e o rock brasileiro (2016) tiveram canções clássicas interpretadas por um grupo de artistas.

Assim, Ben Jor é, aos 74 anos, o primeiro artista vivo a ganhar essa projeção.
Vivo e bem animado, como demonstrou no evento que anunciou a programação, na manhã desta terça (7) em São Paulo. O compositor cantou duas músicas diante da plateia de jornalistas, alternando momentos de inibição com alguns de muita euforia.

Nas outras edições, a performance ficou com Maria Rita (que em 2012 pela primeira cantou profissionalmente músicas da mãe), Vanessa da Mata (Tom Jobim) e Ivete Sangalo e Criolo (Tim Maia).
Jorge Ben Jor se apresenta em show no Rio
Um repertório de 32 canções de Ben Jor será mostrado nos shows por ele, pelo Skank e pela cantora Céu. A escalação se deveu a ligações musicais e sentimentais.

MAIOR INFLUÊNCIA

Samuel Rosa, cantor do Skank, defendeu Ben Jor como uma espécie de padrinho da banda mineira.
"Gravamos uma música dele no primeiro disco, ainda independente. Naquela geração dos anos 1990, que tinha gente como O Rappa, Mundo Livre, Chico Science & Nação Zumbi, puxa, nove em cada dez bandas citavam Ben Jor como maior influência."

Então Ben Jor interrompeu Samuel para puxar a música citada pelo mineiro, "Cadê o Pênalti?". Eles foram avançando timidamente, lembrando verso por verso, até embalarem na cantoria.

O outro momento musical aconteceu quando Ben Jor elogiou Céu, que, minutos antes, tinha dito aos jornalistas que sua mãe é musa de uma música do compositor. Ele começou então a cantar "Carolina Carol Bela", deixando Céu emocionada.

Não dá para cravar que essas duas músicas integrem a lista de 32 que estão sendo consideradas por Monique Gardenberg, diretora geral, do projeto e Dadi Carvalho, diretor musical do show.

"Vamos ver como essa seleção de músicas rende nos ensaios", explicou Monique. De certo, ela afirmou que "O Dia em que o Sol Declarou seu Amor pela Terra" vai abrir o repertório. "Eu pedi, amo essa música", disse.

Dadi, também conhecido por seu papel na banda A Cor do Som e no projeto Tribalistas, lembrou que foi tocar com Ben Jor nos anos 1970, depois que saiu dos Novos Baianos. Integrante da Banda do Zé Pretinho, grupo de apoio de Ben Jor, disse que deve muito a ele por ter continuado na música.

HISTÓRIA COMUM

Esse foi mais um componente exposto da camaradagem que parece guiar os trabalhos da edição.
"Essa escalação aqui não é biônica, não. Ninguém de uma hora para outra pensou em nos juntar aqui, essa reunião é fruto de uma história comum", disse Samuel.

Os ensaios do pessoal vão definir o repertório até o dia 2 de abril, quando a turnê do Nivea Viva começa, em Porto Alegre. Depois a caravana vai a outras quatro capitais, antes do encerramento em São Paulo, no dia 25 de junho.
Os shows são sempre gratuitos e em lugares abertos, com plateias próximas ou superiores a 100 mil pessoas.

No ano passado, o show em São Paulo bateu o recorde do projeto, com 250 mil pessoas reunidas diante de palco montado na praça Heróis ds FEB, em Santana.
Jorge Ben Jor se mostrou mais à vontade cantando do que falando.

Ao responder como se sentia recebendo essa homenagem em vida, demorou a encontrar as palavras e disse: "Contente. Estou contente". 

Fotos:Leo Aversa
Ricardo Borges/Folhapress

In:http://www1.folha.uol.com.br


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