Lello faz 111 anos: A livraria onde nasceu o mundo de Harry Potter

DO TEXTO:
A livraria portuense abriu em 1906, há 111 anos

Pela primeira vez, a 13 de janeiro de 1906, abria-se a porta da Livraria Lello. 111 anos depois, a famosa livraria do centro histórico do Porto continua a conquistar todos, desde os amantes da literatura até aos estudantes de arquitetura ou fãs de “Harry Potter”.

Quando inauguraram a livraria, António e José Lello estavam longe de imaginar que “a Lello” seria considerada uma das mais belas do mundo, pelo The Guardian, e a mais “cool” pela revista Time. Certamente, os irmãos também não sonhavam, 110 anos depois, vender uma média de 552 livros por dia.

Pelo número 144 da Rua das Carmelitas, no Porto, e com a Torre dos Clérigos ali ao lado, passam centenas de turistas por dia. Atraídos pela história, pelos livros ou pela arquitetura, os visitantes deixam-se encantar pelos pormenores que “a Lello” esconde.

A escadaria central é umas atrações principais. E a culpa é, também, de J.K. Rowling que, apesar de nunca ter falado abertamente sobre o período em que esteve em Portugal, foi casada com um português e que viveu no Porto na primeira metade dos anos 1990, altura em que começou a escrever “Harry Potter e a Pedra Filosofal”.

Todos os anos,  jovens de todo o mundo visitam a livraria não à procura de um livro, mas para conhecer o universo que inspirou a criadora da história do jovem feiticeiro mais conhecido do mundo. Segundo a revista Time, a escadaria que Rowling descreve em Hogwarts tem como base a que podemos encontrar na livraria da cidade Invicta. Porém, ao contrário do que pensam alguns fãs da saga, nenhuma cena foi filmada na Lello.

A Lello vende histórias, mas a sua própria história tem apaixonado o mundo ao longo dos anos. Em 2016, a livraria bateu a fasquia de um milhão de visitantes e vendeu mais de 357 mil livros, cinco vezes mais do que em 2015.

Em entrevista à Lusa no âmbito do 111º aniversário da Livraria Lello, o administrador Pedro Pinto avançou que em 2016 venderam cinco vezes mais livros do que há um ano e meio e receberam “um milhão e 50 mil visitantes”, um número que classificou de “impressionante” face ao espaço exíguo.

“Vendemos cerca de 1.000 livros, mais concretamente 714 livros por dia, são cinco vezes mais do que vendíamos há ano e meio”, declarou o administrador daquela que é considerada uma das mais belas livrarias do mundo por vários órgãos da imprensa internacional - como o jornal The Guardian, que a elevou, em 2008, à terceira mais bela do mundo, ou a estação televisiva CNN, em 2014, que a considerou a mais linda do mundo.

Apesar de as vendas terem aumentando, Pedro Pinto assume que apenas 35% dos visitantes da Lello compram livros e, por isso, o objetivo para 2017 é fazer com que os restantes 65% de visitantes também invistam na compra de obras literárias.

“Só cerca de 35% das pessoas que nos visitam é que compram livros, portanto, ainda temos um grande trabalho pela frente, que é transformar os outros 65% em leitores e esse é o nosso objetivo para 2017”, assume o administrador, anunciando que vão lançar, no primeiro trimestre de 2017, um projeto de venda e entrega de livros em qualquer país do mundo, sem custo adicional.

A ideia para desenvolver o projeto de venda planetária a partir da Lello vem no seguimento de um estudo que aquela livraria portuense encomendou à multinacional Nielsen, onde se concluía, por exemplo, que há quem não compre livros “porque os livros são pesados e porque as bagagens do avião levam a não comprar livros”.

A 12 de janeiro de 2016, na altura do 110.º aniversário, um dos administradores da Lello, José Manuel Lello, disse à Lusa que a livraria já tinha aumentando em quase 300% a venda de livros diária nos últimos seis meses de 2015, altura em que começou a cobrar as entradas naquele espaço.

In:http://mag.sapo.pt
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