Brasil e Angola discutem parceria na área cultural

DO TEXTO:


O ministro da Cultura, Roberto Freire, e o embaixador de Angola no Brasil, Nelson Manuel Cosme, se reuniram no final do ano em Brasília, para debater a retomada de parcerias bilaterais na área cultural. Cosme, no cargo desde 2011, afirmou esperar que a parceria entre os dois países se fortaleça com a presença de Freire frente ao Ministério da Cultura (MinC) e com a presidência pro tempore brasileira da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), com o MinC responsável pela área da cultura.

Instituída em 1996 e com sede em Lisboa, capital portuguesa, a CPLP tem como países-membros, além de Angola e Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A instituição tem a missão de promover atividades de cooperação em diversas áreas, incluindo a cultura.

“No âmbito da CPLP, contamos com o mandato (do Brasil) para darmos um impulso na relação entre os dois países”, afirmou o embaixador, em nome da ministra da Cultura de Angola, Carolina Cerqueira.

Freire, por sua vez, reiterou que os laços entre os dois países não são novos e citou o apoio que o Brasil deu à independência da nação africana, em 1975. “O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola. A ousadia foi feita durante a ditadura militar”, relembrou o ministro.

Com relação às relações bilaterais no campo cultural, o embaixador lembrou que, em setembro de 2015, foi inaugurada a Casa Brasil – espaço cultural localizado na capital angolana, Luanda. Desde então, segundo ele, vem sendo elaborado um plano de ações de produções conjuntas e intercâmbios entre artistas das duas nacionalidades.

De acordo com Freire, um novo acordo entre os dois países deverá ser assinado em evento paralelo à primeira reunião da CPLP sob a presidência brasileira, que está prevista para 5 de maio de 2017 (Dia da Língua Portuguesa e da Cultura), em Salvador (BA).

Doação e intercâmbio

Nelson Cosme também pediu apoio ao ministro quanto à doação de acervos para instituições e bibliotecas situadas no interior de Angola. Sobre isso, o ministro informou que verificaria as possibilidades com as entidades vinculadas ao Ministério da Cultura.

Outra atividade conjunta discutida foi uma possível parceria entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao MinC, e uma entidade de função semelhante angolana para formação de profissionais em diferentes linguagens artísticas. A respeito desse tema, o ministro adiantou que já discute a viabilidade de criar bolsas de formação por meio de intercâmbios internacionais. “Dentro da escassez, (vamos) priorizar essa relação com os países mais próximos a nós, inclusive pela língua”, ressaltou o ministro.

Freire também se colocou à disposição para receber a ministra Carolina Cerqueira e estabelecer uma agenda de contatos periódicos entre os dois ministérios da Cultura.


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