Na exposição "Santos-Dumont - Coleção Brasiliana Itaú", que abre neste sábado (26), há fotos, réplicas e estudos das engenhocas do inventor, mas também livros, cartas e até um recibo de massagem. "Queremos tirar o pó dessa imagem só de pai da aviação e mostrar o lado humano", diz Henrique Idoeta Soares, gerente no Núcleo de Produção do Itaú Cultural, que abriga a mostra com mais de 600 itens da Coleção Brasiliana. Antes de entrar, o visitante se depara com uma espécie check-in: numa máquina, recebe um "cartão de embarque". Dali, adentra as salas, rodeadas de paredes de maneira que simulam um hangar. A mostra passa pela formação do inventor, do nascimento no Sítio Cabangu, na serra da Mantiqueira em 1873, a seus anos na fazenda do pai, em Ribeirão Preto (SP), onde este cultivava café. Ali, o garoto Alberto já demonstrava interesse pelo maquinário: consertava aparelhos e, ainda criança, dirigia locomotivas. Ainda se vê o gosto do inventor pela literatura de Júlio Verne: estão ali réplicas de ilustrações de livros do francês e um exemplar da coleção "Viagens Maravilhosas" que pertencia a Santos Dumont. Num outro espaço, é representada a Belle Époque parisiense, período que o inventor vivenciou após deixar o Brasil aos 18 anos. Na capital francesa, interessou-se pelos voos de balões e dirigíveis. Decidiu criar seus próprios modelos, entre erros e acertos, processo visto na exposição em fotos, réplicas (muitas acessíveis a cegos) e jornais. Entre as engenhocas está o Conversor Marciano, um propulsor que, colocado nas costas de esquiadores, deveria ajudá-los a subir montanhas. A expografia busca recriar o clima parisiense da época. Também traz referências à aviação: a moldura de fotos lembra as asas do 14 Bis, mais famosa invenção de Santos Dumont; alguns bancos remetem à cesta de um balão. Mais à frente, passa-se pelo retorno ao Brasil, as condecorações e a morte –era depressivo e suicidou-se em 1932, no Guarujá, mas o óbito foi registrado como colapso cardíaco. Ele mesmo projetou a lápide da família, com uma imagem de Ícaro. Ao fim da mostra, o visitante é conduzido por um "finger" de aeroporto e chega a uma réplica em tamanho real da Demoiselle, considerada a obra-prima de Santos Dumont. O avião, criado entre 1907 e 1909, influenciou toda aviação comercial, afirma Marcos Cuzziol, gerente do Núcleo de Inovação do Itaú. Santos Dumont patenteou muitas invenções, mas não suas aeronaves, uma maneira de fomentar a reprodução, comenta a jornalista Luciana Garbin, que divide a curadoria com o instituto. "Era como um sofware livre da época." SANTOS-DUMONT - COLEÇÃO BRASILIANA ITAÚ QUANDO abre sáb. (26); ter. a sex., das 9h às 20h; sáb., dom. e feriados, das 11h às 20h; até 29/1 ONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1776/1777 QUANTO grátis CLASSIFICAÇÃO livre
DE SÃO PAULO
Na exposição "Santos-Dumont - Coleção Brasiliana Itaú", que abre neste sábado (26), há fotos, réplicas e estudos das engenhocas do inventor, mas também livros, cartas e até um recibo de massagem.
"Queremos tirar o pó dessa imagem só de pai da aviação e mostrar o lado humano", diz Henrique Idoeta Soares, gerente no Núcleo de Produção do Itaú Cultural, que abriga a mostra com mais de 600 itens da Coleção Brasiliana.
Antes de entrar, o visitante se depara com uma espécie check-in: numa máquina, recebe um "cartão de embarque". Dali, adentra as salas, rodeadas de paredes de maneira que simulam um hangar.
A mostra passa pela formação do inventor, do nascimento no Sítio Cabangu, na serra da Mantiqueira em 1873, a seus anos na fazenda do pai, em Ribeirão Preto (SP), onde este cultivava café. Ali, o garoto Alberto já demonstrava interesse pelo maquinário: consertava aparelhos e, ainda criança, dirigia locomotivas.
Ainda se vê o gosto do inventor pela literatura de Júlio Verne: estão ali réplicas de ilustrações de livros do francês e um exemplar da coleção "Viagens Maravilhosas" que pertencia a Santos Dumont.
Num outro espaço, é representada a Belle Époque parisiense, período que o inventor vivenciou após deixar o Brasil aos 18 anos. Na capital francesa, interessou-se pelos voos de balões e dirigíveis. Decidiu criar seus próprios modelos, entre erros e acertos, processo visto na exposição em fotos, réplicas (muitas acessíveis a cegos) e jornais.
Entre as engenhocas está o Conversor Marciano, um propulsor que, colocado nas costas de esquiadores, deveria ajudá-los a subir montanhas.
A expografia busca recriar o clima parisiense da época. Também traz referências à aviação: a moldura de fotos lembra as asas do 14 Bis, mais famosa invenção de Santos Dumont; alguns bancos remetem à cesta de um balão.
Mais à frente, passa-se pelo retorno ao Brasil, as condecorações e a morte –era depressivo e suicidou-se em 1932, no Guarujá, mas o óbito foi registrado como colapso cardíaco. Ele mesmo projetou a lápide da família, com uma imagem de Ícaro.
Ao fim da mostra, o visitante é conduzido por um "finger" de aeroporto e chega a uma réplica em tamanho real da Demoiselle, considerada a obra-prima de Santos Dumont. O avião, criado entre 1907 e 1909, influenciou toda aviação comercial, afirma Marcos Cuzziol, gerente do Núcleo de Inovação do Itaú.
Santos Dumont patenteou muitas invenções, mas não suas aeronaves, uma maneira de fomentar a reprodução, comenta a jornalista Luciana Garbin, que divide a curadoria com o instituto. "Era como um sofware livre da época."
SANTOS-DUMONT - COLEÇÃO BRASILIANA ITAÚ
QUANDO abre sáb. (26); ter. a sex., das 9h às 20h; sáb., dom. e feriados, das 11h às 20h; até 29/1
ONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1776/1777
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO livre
In:http://www1.folha.uol.com.br
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