José Rodrigues dos Santos assume que o seu novo livro tem afirmações politicamente incorretas

DO TEXTO:



"Continuo a escrever livros polémicos. As Flores de Lótus e O Pavilhão Púrpura mostram realidades, porém politicamente incorretas. O facto de que o fascismo é um movimento que tem origem marxista, por exemplo, é uma das demonstrações feitas nesta saga que poderá parecer polémica. Outra: o nazismo é inspirado em ideias então muito populares nas democracias ocidentais, incluindo Inglaterra, EUA, Escandinávia e França. A ideia nazi é-nos apresentada hoje como uma aberração que aparece de repente na Alemanha, mas é um embuste. A minha saga mostra-o claramente. Tenta-se apagar essa informação da história, mas por exemplo nos EUA o Carnegie Institute propôs em 1911 que se matassem os deficientes em câmaras de gás. Os nazis nada inventaram", diz o jornalista e autor em entrevista ao DN.

"Dizer que "o fascismo tem origem marxista" porque Mussolini foi socialista antes de fundar o fascismo, é o mesmo que dizer que a origem da religião é o ateísmo porque um ateu se converteu à igreja católica.", responde Miguel Tiago, na sua página de Facebook, defendendo que "acima de tudo, é preciso ser muito estúpido para fazer qualquer uma dessas afirmações".
O post de Miguel Tiago reuniu quase 400 likes em poucas horas, mas não é a primeira vez que o comunista ataca as palavras de José Rodrigues dos Santos.

"Como é que é possível este ignorante dizer estas barbaridades!?", reagia na semana passada Miguel Tiago, num post com link para a entrevista do autor ao i.

"Uma das coisas que hoje não se sabe, mas que é verdadeiro, é que o fascismo é um movimento de origem marxista. Pouquíssima gente sabe isto. Em certos aspetos, é mais ortodoxamente marxista do que o comunismo. Por exemplo, a crença que os fascistas tinham de que não era possível haver revolução do proletariado sem capitalismo. Isto é marxismo ortodoxo. Marx disse: “Passa-se do feudalismo para o capitalismo e são as contradições do capitalismo que vão conduzir ao comunismo”, dizia na altura José Rodrigues dos Santos ao i.
Para desmontar a teoria do jornalista, Miguel Tiago recorreu ao próprio Mussolini.

"Dei-me ao trabalho de fazer uma coisa que nem queria: traduzir Mussolini e Gentile para Português. Aqui fica a minha tradução do "Doutrina do Fascismo", Mussolini 1932", escreveu, para em seguida partilhar a tradução da sua autoria.

"Rejeição do Marxismo: Tal concepção de vida [espiritual e anti-pacifista], faz do Fascismo a resoluta negação da doutrina do chamado socialismo científico e Marxiano, da doutrina do materialismo histórico que explica a história da humanidade nos termos da luta de classes e por alterações nos processos e nos meios de produção, excluindo tudo o resto. As vicissitudes da vida económica – descoberta de matérias-primas, novas técnicas, e invenções científicas – têm a sua importância, ninguém o nega; mas que são suficientes para explicar a história humana ao ponto de excluir os outros factores é absurdo. O Fascismo acredita agora e sempre na santidade e no heroísmo, que é o mesmo que dizer que há actos em que nenhum interesse económico – remoto ou imediato – se afirma. Tendo negado o materialismo histórico, que vê nos homens meras marionetas na superfície da história, que aparecem e desaparecem na espuma das ondas, subordinados às verdadeiras forças, o Fascismo também nega o carácter imutável e irreparável da luta de classes que resulta dessa visão da história; acima de tudo, o Fascismo nega que a luta de classes seja um agente preponderante nas transformações sociais", partilhou o deputado.

“Margarida Davim, in Jornal I”
http://ionline.sapo.pt/511449?source=social


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