Escritor Cristiano Deveras: “Escritores precisam apostar em estratégias de economia criativa para não depender apenas dos editais públicos”
Dificuldades de ser escritor no Brasil incentivam projetos de publicação coletiva
Antologias e coletâneas têm sido a
saída para várias pessoas que pretendem fazer arte escrita no País, mas
não têm acesso ao grande mercado editorial
Marcos Nunes Carreiro
Ser escritor no Brasil não é fácil, sobretudo no interior do País, naqueles estados que estão longe das grandes editoras do eixo Rio-São Paulo. Ser escritor não é só escrever, mas se preocupar também com a qualidade da publicação e com a distribuição de seus livros, para ficarmos em dois exemplos.
Acontece que na maioria dos estados — Goiás, por exemplo — existem pequenas editoras e gráficas que fazem vias de editoras, imprimem o livro, mas não conseguem arcar com a distribuição correta das publicações. Isso faz com que a literatura, muitas vezes de qualidade, não saia do estado. Isso quando os autores conseguem recursos para chegar até essas pequenas editoras.
Para tentar superar esses problemas — o financeiro e o de distribuição —, muitos autores, sobretudo os iniciantes, se juntam em projetos coletivos de publicação. Assim, os custos ficam bem menores para cada autor e, com escritores de vários cantos do País, a literatura “viaja mais”.
É o que tem feito o coletivo “Bar do Escritor”, que reúne escritores do país inteiro e tem atraído, inclusive, estrangeiros. O goiano Cristiano Deveras é quem tem encabeçado o coletivo. Ele conta que o projeto já lançou cinco livros, publicando mais de cem autores iniciantes, vendendo cerca de 15 mil livros.
Cristiano explica que o “Bar do Escritor” abriu, no dia 30 de março, o chamamento para a sexta edição, que será publicada neste ano e já conta com escritores brasileiros e europeus e africanos. “Além dos autores brasileiros”, relata, “já temos confirmada a presença de um português, um angolano e cinco moçambicanos. Queremos incentivar cada vez mais esse intercâmbio literário entre os países lusófonos.”
Para diminuir os custos, o próprio Cristiano, junto com colegas de trabalho, faz a diagramação, revisão e o projeto gráfico. “Quando entrego o material para a editora é só publicar, porque tem editora que cobra pesado para fazer isso”, argumenta. Para ele, antologias são importantes, pois dão a chance de publicação de maneira mais econômica a autores iniciantes. “Além disso, podemos conhecer muitos autores de uma só vez”, afirma.
Desde 2010, o pré-lançamento da coletânea é feita no Rio de Janeiro, durante a Festa Literária Internacional de Paraty. “Nosso sarau já é conhecido na feira. Fazemos tudo na praia, em parceira com um francês, que tem um bar no local. Usamos a estrutura para atrair as pessoas e mostrar a elas nosso trabalho, promovendo debates e oficinas”, relata.
Bolsa Hugo de Carvalho Ramos
Cristiano Deveras conta que é “fruto” da Bolsa de Publicação Hugo de Carvalho Ramos, prêmio da União Brasileira dos Escritores Seção Goiás (UBE-GO). Seu primeiro livro, “Jantar das 11”, foi publicado quando venceu o prêmio. “Esse é um dos prêmios mais importantes do Brasil”, afirma.
A partir disso, Cristiano decidiu investir na carreira de escritor. Em 2008, recebeu menção honrosa no Prêmio Literário Cidade do Recife e foi finalista no Prêmio Sesc de Literatura com seu segundo livro: “O etéreo ser de carbono”, publicado em 2013, também por meio da Bolsa da UBE-GO.
Por esse livro, publicado pelo selo editorial goiano R&F, Cristiano foi convidado para participar da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha. Um dos poucos goianos. Ele relata:
“O país homenageado pela feira daquele ano foi o Brasil e o Ministério da Cultura levou 70 autores. Nenhum era goiano. Aliás, a maioria dos escritores levados pelo ministério era do eixo Rio-São Paulo; metade do País não estava representado. Eu fui convidado pela R&F e pude levar a literatura de Goiás para aquela feira, que é a maior do mundo”.
de economia criativa para não depender apenas dos editais públicos”
Acontece que na maioria dos estados — Goiás, por exemplo — existem pequenas editoras e gráficas que fazem vias de editoras, imprimem o livro, mas não conseguem arcar com a distribuição correta das publicações. Isso faz com que a literatura, muitas vezes de qualidade, não saia do estado. Isso quando os autores conseguem recursos para chegar até essas pequenas editoras.
Para tentar superar esses problemas — o financeiro e o de distribuição —, muitos autores, sobretudo os iniciantes, se juntam em projetos coletivos de publicação. Assim, os custos ficam bem menores para cada autor e, com escritores de vários cantos do País, a literatura “viaja mais”.
É o que tem feito o coletivo “Bar do Escritor”, que reúne escritores do país inteiro e tem atraído, inclusive, estrangeiros. O goiano Cristiano Deveras é quem tem encabeçado o coletivo. Ele conta que o projeto já lançou cinco livros, publicando mais de cem autores iniciantes, vendendo cerca de 15 mil livros.
Cristiano explica que o “Bar do Escritor” abriu, no dia 30 de março, o chamamento para a sexta edição, que será publicada neste ano e já conta com escritores brasileiros e europeus e africanos. “Além dos autores brasileiros”, relata, “já temos confirmada a presença de um português, um angolano e cinco moçambicanos. Queremos incentivar cada vez mais esse intercâmbio literário entre os países lusófonos.”
Para diminuir os custos, o próprio Cristiano, junto com colegas de trabalho, faz a diagramação, revisão e o projeto gráfico. “Quando entrego o material para a editora é só publicar, porque tem editora que cobra pesado para fazer isso”, argumenta. Para ele, antologias são importantes, pois dão a chance de publicação de maneira mais econômica a autores iniciantes. “Além disso, podemos conhecer muitos autores de uma só vez”, afirma.
Desde 2010, o pré-lançamento da coletânea é feita no Rio de Janeiro, durante a Festa Literária Internacional de Paraty. “Nosso sarau já é conhecido na feira. Fazemos tudo na praia, em parceira com um francês, que tem um bar no local. Usamos a estrutura para atrair as pessoas e mostrar a elas nosso trabalho, promovendo debates e oficinas”, relata.
Bolsa Hugo de Carvalho Ramos
Cristiano Deveras conta que é “fruto” da Bolsa de Publicação Hugo de Carvalho Ramos, prêmio da União Brasileira dos Escritores Seção Goiás (UBE-GO). Seu primeiro livro, “Jantar das 11”, foi publicado quando venceu o prêmio. “Esse é um dos prêmios mais importantes do Brasil”, afirma.
A partir disso, Cristiano decidiu investir na carreira de escritor. Em 2008, recebeu menção honrosa no Prêmio Literário Cidade do Recife e foi finalista no Prêmio Sesc de Literatura com seu segundo livro: “O etéreo ser de carbono”, publicado em 2013, também por meio da Bolsa da UBE-GO.
Por esse livro, publicado pelo selo editorial goiano R&F, Cristiano foi convidado para participar da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha. Um dos poucos goianos. Ele relata:
“O país homenageado pela feira daquele ano foi o Brasil e o Ministério da Cultura levou 70 autores. Nenhum era goiano. Aliás, a maioria dos escritores levados pelo ministério era do eixo Rio-São Paulo; metade do País não estava representado. Eu fui convidado pela R&F e pude levar a literatura de Goiás para aquela feira, que é a maior do mundo”.
📑 ÍNDICE DE ARTIGOS DOS AUTORES DO PORTAL
📑 ÍNDICE DAS PUBLICAÇÕES POR TEMAS
Comentários
Enviar um comentário