Da minha estante – O rei na feira do livro de Lisboa

DO TEXTO:



Por: Carlos Alberto Alves
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Várias vezes estive na Feira do Livro em Lisboa. Sempre procurava estar na capital por altura desse grandioso evento, em busca dos livros que mais me interessavam, sobretudo na área da ficção da qual sou apaixonado.


Neste preciso momento, decorre a 86ª. edição e lá estava o livro "Roberto Carlos em Detalhes", a tal biografia do rei que causou enorme celeuma, tendo eu, inclusivamente, sobre este assunto, alinhavado um escrito e que, recentemente, (re)publiquei neste Portal Luso – Brasileiro Splish Splash. De resto, recebi a notícia com enorme satisfação, visto que não imaginava que o referido livro passasse pela feira da nossa querida Lisboa. Mas lá está, para gáudio dos muitos fãs do rei que por ali marcaram presença.

Também nesta 86ª edição da Feira do Livro de Lisboa, e já com o estatuto de “habitué”, o meu querido amigo e companheiro das lides jornalísticas, Joel Guilherme Neto, hoje um escritor de se lhe tirar o chapéu. Cada livro deste autor natural da ilha Terceira, Açores Portugal, é uma obra a não perder, ele que, também, é vocacionado para a ficção. Joel Neto apresentou-se com o seu novo livro, tornado público uns dias antes do início da feira, A VIDA NO CAMPO, que surge na sequência de outro grandioso êxito o ARQUIPÉLAGO.

Deste ilustre amigo que já considero um catedrático das letras, recebi um comovente testemunho por ocasião das celebrações dos meus 50 anos de atividade jornalística, o qual deixo aqui registado e cujo conteúdo reflete sobremaneira o espírito de humildade deste que foi um jornalista (do desporto e de outras áreas) que se impôs pela sua reconhecida capacidade. E, hoje, como escritor, creio que, com mais de quinze livros publicados, está no patamar superior no que concerne aos escritores portugueses que mais se têm distinguido.

 AUTOR: O GRANDE ESCRITOR JOEL NETO (Amigo, companheiro das lides jornalísticas e brilhante escritor que os açorianos muito se orgulham).

“Talvez fosse natural esperar de mim que dissesse o quanto aprendi com Carlos Alberto Alves no fim da adolescência, muito antes de ainda de me tornar jornalista profissional, quando, primeiro com Mário Rodrigues e depois com ele próprio, me iniciei nisso de escrever nos jornais. Sim, posso dizê-lo: aprendi muito. Mas tudo o que então acontecia à minha volta, como é próprio das crianças, eu apreendia. Na verdade, foi já homem feito que eu vim a adquirir do Carlos Alberto a maior de todas as lições. Estava em meio de profundas mudanças na minha vida, a caminho do regresso aos Açores e desejoso inclusive de deixar em definitivo de ser jornalista, para me dedicar a tempo inteiro à ficção, quando tornei a olhar para o seu trabalho. No passado, Carlos Alberto revelava um faro pela notícia e um gosto pela história em geral que impressionaria qualquer um. Hoje, Carlos Alberto já nem tinha à sua disposição os mesmos canais do passado – e, no entanto, continuava a persegui-las: as notícias e as histórias. Não havia um jornal para onde pudesse escrever diariamente? Escrevia uma vez por semanas. Os jornais estavam a morrer? Escrevia em portais, escrevia no Facebook, contava histórias na rádio, ao telefone. Já não estavam à sua frente os jogos de futebol que dantes o ocupavam? Escrevia sobre a sua paixão por Roberto Carlos e puxava pela memória para escrever histórias do passado da ilha Terceira e dos Açores: da sua cultura, da sua sociedade civil, dos seus heróis. Creio não exagerar se disser que, em parte, se deve a ele, e ao garbo com que usa essa palavra, “jornalista”, eu ter redespertado para o jornalismo. Acabei, inclusive, por revalidar a carteira profissional, caducada há anos. E hoje, não é raro eu pensar na sua paixão sempre que tenho uma notícia à minha frente e pouca paciência para dá-la. Acho que nunca fui tomado assim, por um desejo dessa dimensão. Invejo-o. Mas, em todo o caso, guardo o seu ensinamento para a segunda metade da minha vida. Não me será apenas útil: será, até certo ponto, redentora.
Fim da conversa no bate-papo”.



                                                                    






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