Novo álbum de Camané “Infinito presente” é editado a 4 de Maio

DO TEXTO:


O novo álbum de Camané, “Infinito presente”, é editado no dia 04 de maio, e inclui um inédito de Alain Oulman, “A Correr”, e duas composições de José Júlio Paiva, bisavô do fadista, disse à Lusa fonte da discográfica. 

 “Infinito presente” marca o regresso do fadista aos estúdios, depois de cinco anos ausente, desde “Do amor e dos dias”, editado em setembro de 2010. Pelo meio, foi publicada, em 2013, a antologia “O Melhor de Camané 1995-2013”

. O “título-tema” do disco, “Infinito presente”, é um poema de David Mourão-Ferreira, cujo título original é “Corpo Iluminado, XII”, poeta de referência do fadista, de quem, entre outros, já gravou “Escada sem corrimão”.

 Neste novo álbum do fadista que actua na Praça do Município, no Funchal na noite de 24 de Abril, Camané gravou “Chega-se a este ponto”, originalmente intitulado “Equinócio”, e “Paraíso”, ambos com música de José Mário Branco. 

 Machado de Assis, Frei António Chagas, João Ferreira-Rosa, Manuel Alegre, Fernando Pessoa e Manuela de Freitas são outros autores escolhidos pelo fadista.

 Manuela de Freitas, de quem o fadista tem gravado regularmente - cite-se "Ela tinha uma amiga", “Guerra das rosas” e “Fado Sagitário” -, é autora de oito dos 17 temas gravados pelo intérprete, que já recebeu três Prémios Amália.

 Vitorino, que também já colaborou com Camané, assina a letra e música de “Medalha da Senhora das Dores”

. Quanto às composições, além das assinadas por José Mário Branco (cinco) e a de Vitorino, Camané gravou melodias tradicionais como os fados Cravo, Freira, Pintadinho, Bizarro, Santa Luzia ou Mouraria.

 A duas composições de José Júlio Paiva são o “Fado Complementar” para um poema do frade seiscentista António Chagas, “Conta e tempo” e o “Fado Espanhol” para um poema de Fernando Pessoa, “Aqui está-se sossegado”. O autor de "Mensagem", incluindo os seus heterónimos, é outro poeta regular nos álbuns de Camané.

 O CD é editado quando se assinalam os 20 anos do álbum “Uma noite de fados”, gravado ao vivo no Palácio das Alcáçovas, em Lisboa, e que marca o início da parceria de Camané com o músico José Mário Branco, como produtor e diretor musical.

 O fadista, que recebeu o Prémio Europa - David Mourão-Ferreira, da universidade italiana de Bari, é acompanhado pelo seu ensemble habitual, José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença, na viola, e Carlos Bica, no contrabaixo.

 A edição estará disponível nos formatos "Edição Especial”, constituído por um CD com 17 temas e um DVD, com o documentário das gravações, realizado por Filipe Ferreira, uma "Edição Standard", composta por um CD com 15 temas, e uma "Edição Digital", com 17 temas, disse à Lusa fonte da discográfica Warner Music.

 Camané, de 47 anos, começou a cantar fado e a gravar ainda jovem, fortemente influenciado pelo meio familiar. Em 1979, venceu a Grande Noite do Fado de Lisboa, tendo participado, na década de 1980, em várias produções teatrais de Filipe la Feria, como “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”

. Em 1998, editou “Na linha da vida”, que a imprensa considerou um dos melhores álbuns do ano e que inclui fados como “Eu não me entendo” ou “Senhora do Livramento”. Em 2008, editou “Sempre de mim”, em que interpretou poetas como Luís Macedo e Pedro Homem de Mello, e resgatou composições inéditas de Alain Oulman, compositor exclusivo de Amália Rodrigues, falecido em 1990.

 Camané tem feito incursões noutros géneros musicais. No ano passado atuou no Festival Île de France, em Paris, numa homenagem a Cesária Évora, acompanhado pelos músicos da cantora cabo-verdiana, e foi um dos escolhidos para o projeto “Humanos”, com Manuela Azevedo e David Fonseca, que recuperou canções de António Variações, 20 anos após a morte deste autor.

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