Fadista Camané canta pela primeira vez na Rússia

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O fadista Camané, por três vezes distinguido com o Prémio Amália, em diferentes categorias, estreia-se na terça-feira na Rússia, subindo ao palco da sala Svetlanov, em Moscovo, divulgou neste sábado o Centro de Artes Performativas de Moscovo. Camané irá apresentar em palco “uma retrospetiva de uma carreira de mais de trinta anos, passando por temas incontornáveis do seu repertório como ‘Sei de um rio’, ‘Se ao menos houvesse um dia’, ‘Ela tinha uma amiga’, entre outros”, disse à Lusa fonte da sua promotora.

No palco moscovita o fadista, de 46 anos, será acompanhado à guitarra portuguesa por José Manuel Neto, à viola por Carlos Manuel Proença, e no contrabaixo Paulo Paz. No ano passado o fadista editou o duplo CD, “O Melhor de”, que inclui alguns dos seus temas de referência como “Mais um fado no fado”, “Marcha do Bairro Alto — 1995″, “Lembra-te de mim”, “Senhora do Livramento” e “Escada sem corrimão”.

Camané começou a cantar fado e a gravar ainda jovem, fortemente influenciado pelo meio familiar. Em 1979, venceu a Grande Noite do Fado de Lisboa, tendo participado, na década de 1980, em várias produções teatrais de Filipe la Feria, como “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”. Em 1995, com o CD “Uma noite de fados”, gravado ao vivo no Palácio das Alcáçovas, em Lisboa, iniciou uma parceria regular com o músico José Mário Branco, como produtor, que se mantém até hoje.

Em 1998, editou “Na Linha da vida”, que a imprensa considerou um dos melhores álbuns do ano e que incluiu fados como “Eu não me entendo” ou “Senhora do Livramento”. Em 2008, editou “Sempre de mim”, em que interpretou poetas como Luís Macedo e Pedro Homem de Mello, e resgatou composições inéditas de Alain Oulman, compositor exclusivo de Amália Rodrigues, falecido em 1990.

Ao longo da carreira, até este ano, entre álbuns de estúdio, gravados ao vivo e um em que fez uma primeira compilação do seu repertório, “The art of Camané — The prince of fado”, editado em 2004 pela Hemisphere, o fadista soma 12 álbuns, excluindo os discos gravados na juventude.

Camané tem feito incursões noutros géneros musicais. No ano passado atuou no Festival Île de France, em Paris, numa homenagem a Cesária Évora, acompanhado pelos músicos da cantora cabo-verdiana, e foi um dos escolhidos para integrar o projeto “Humanos”, com Manuela Azevedo e David Fonseca, que recuperou temas inéditos de António Variações, 20 anos após a morte deste autor.

Este ano Camané realizou uma digressão nacional por 12 palcos, participou, em agosto no II Festival de Fado, no Brasil, e realizou uma digressão pela Europa. Em março do próximo ano o fadista tem previsto uma digressão aos Estados Unidos, onde já atuou. A digressão de 2015 começará no dia 05 de março no Kennedy Center, em Washington. 

Observador.pt

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