Hoje dei por mim a reler um comentário de Carlos Zamith (Carnelutti) ao meu artigo "Sentado à beira do caminho", que, mais uma vez, me fez reflectir sobre as coisas da vida e da alma e do quanto elas poderão estar impregnadas de uma paixão vivida ou por viver. Eis o resumo do comentário: "Roberto Carlos nos conta que a música estava toda pronta mas só faltava o refrão. Dormiu e acordou cantando o refrão que havia sonhado. Pura inspiração".
Dir-se-ia que Roberto Carlos, após uma noite de sono e de sonho, despertou para uma realidade que muitos de nós esquecemos e devemos lembrar, ou seja, que às vezes é preciso acabar com isto ou aquilo, porque nós existimos, existimos, existimos.
Saio do meu escritório a reflectir sobre o assunto. No carro, ligo a aparelhagem sonora e, finalmente, ao fim de muitos dias, decidi dar descanso ao CD "Discos pedidos", em especial à faixa 7 "Sentado à beira do caminho", trocando por outro CD (do RC, pois claro!). Já era noite e acendi os faróis. As árvores passavam como vultos enquanto o CD passava de faixa em faixa. Por um momento tive a sensação de ver alguém a meu lado. O banco estava vazio mas comigo ia o Amigo, o Nosso amor, Falando sério, Muito romântico, Solamente una vez, Ternura e… a faixa agora era a número 7 Cavalgada e dei por mim envolto numa estrada colorida a pensar como teria surgido esta poesia, melhor dizendo, esta ode ao amor.
Que influência teria o encanto e a graciosidade mitológica de Centauro, metade homem, metade cavalo, e que também é nome de constelação?
Quem, melhor do que Roberto Carlos, retrata o que de mais sublime acontece entre dois seres, o acto de fazer amor, numa madrugada, em que um deles não se importa se nesse instante é dominado ou se domina pois que se vai sentir como um gigante ou nada mais do que um menino?
E o que dizer das estrelas que, quiçá extasiadas de tanto amor, não só mudam de lugar para mais perto o verem, como ainda brilham de manhã depois do adormecer dos amantes?
E, na beleza dessa hora, o que dizer do astro rei que diante de tanta grandeza abre uma excepção e espera pra nascer? Sublime!
Agora são as luzes que passam por mim. Vou parar de pensar em você, pra prestar atenção à estrada.
Chego a casa e o meu amor me abraça. Agarro os seus cabelos e pressinto que vou me perder de madrugada e que vou me sentir como um gigante ou nada mais do que um menino.
Espreito pela janela e elas, as estrelas no firmamento, lá estão a brilhar e a mudarem de lugar.
Estou certo que o Sol, mais uma vez, vai esperar pra nascer e que eu, finalmente, vou atender aos meus apelos.
Amigos: quando o prazer e o amor se unem em entrega mútua, então é possível alcançar o erotismo. A cavalgada consiste em mais do que o ato de fazer amor! É uma entrega total... é como sonhar acordado e acordar sonhando. É demais! É ter certa saudade de acordar imaginando se era verdade ou sonho, e até mesmo de sonhar que estava dormindo....ou de querer ter aquele sonho todos os dias. Beleza pura esta "Cavalgada".
MAPAZEPE escreveu em 11/12/2007
Meu querido amigo Armindo Guimarães! Por diversas vezes estive a ler, essas suas belas criações. Fiquei receosa em comentar um texto de uma pessoa de tanta competência quanto você. Achei maravilhosa essa sua sensibilidade, o seu amor pelo Rei, onde o seu romantismo e tudo isso, está explícito aqui em cada frase que escreveste. Até mesmo os CDs que colecionaste para ouvires em seu carro, mostra que mergulhas tanto quanto o Rei Roberto, no ludibriar da noite, retratando e concretizando o que há de mais sublime em um bom relacionamento. Menino, que romantismo te invade, a fazer declarações e comparações tão belas quanto estas! Como é bom saber que, do outro lado do Oceano Atlântico, temos um grande homem e grande poeta lusitano, criador desses interessantíssimos textos. Parabéns Armindo e um abraço da amiga de fé.
JANLEITE escreveu em 6/12/2007
Oi, amigo! Parabéns por tudo que você escreveu. Quando começámos a ouvir e cantar as músicas do nosso rei esquecemos, que existe um mundo lá fora, e um momento único nos inspira muito, mais ainda quem tem facilidade pra escrever e sonhar…
JOAO1951 escreveu em 24/11/2007
Excelente artigo do amigo Armindo, e a inspira-lo, o poema de amor que virou canção, tudo perfeito!
LUJA escreveu em 21/11/2007
Só quem ama de verdade, consegue ver nas letras das músicas de Roberto e Erasmo o significado de cada letra! Parabéns.
EVEFRC escreveu em 17/11/2007
O Armindo sempre faz coisas maravilhosas, isso porque ele é magnífico, assim como Roberto Carlos!
TOLITOMS escreveu em 17/11/2007
Sencillamente como dirían ustedes que artículo tan: "MARAVILHOSO" Armindo Guimarães, lo felicito.
JUBEMPOLVORA escreveu em 15/11/2007
Mais uma vez, seu Armindo nos presenteia com mais um belo texto, de cair o queixo!
DERBSONFROTA escreveu em 15/11/2007
Matéria excelente! Parabéns aos amigos Armindo (sempre ele) e Carnelutti pelo texto, romântico, inteligente e interessante.
OSMAN escreveu em 15/11/2007
Conheço o Dr. Carlos Zamith pessoalmente e o Armindo pela sua enorme biblioteca de belos textos publicados aqui no Portal. Para ambos parabéns.
GLEY escreveu em 14/11/2007
Parabéns Armindo por escrever esta mensagem.
FRIEND escreveu em 14/11/2007
Coisa linda é o amor... amar a vida sempre e ser aquele amante a moda antiga...ainda tá na moda! Parabéns pela matéria amigo e paz no seu coração!
VALDIRESTEVAM escreveu em 14/11/2007
Caro amigo! Que espetáculo de artigo! Impressionante como a inspiração de RC inspira outras pessoas. Ficou belíssimo o entrelace de “Cavalgada” com 120, 150, 200 km por hora. Abraços.
AZUL41 escreveu em 14/11/2007
Cavalgada uma linda canção de Roberto. Excelente comentário.
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