48.º Bate-papo entre Roberto Carlos e eu – A lógica das coisas

DO TEXTO: De como Roberto Carlos aproveitando uma ideia do maestro Eduardo Lages, me telefona alegremente dizendo que finalmente tinha encontrado uma solução...

Composição: Roberto Carlos e Armindo Guimarães em telemóveis.


 

A LÓGICA DAS COISAS


 

Por: Armindo Guimarães
https://www.portalsplishsplash.com/p/armindo-guimaraes.html

De como Roberto Carlos aproveitando uma ideia do maestro Eduardo Lages, me telefona alegremente dizendo que finalmente tinha encontrado uma solução para dar por terminada a série de bate-papos que desde 5 de março de 2005 mantém comigo e de como, ao saber que a ideia tinha saído furada por um pequeno pormenor que lhe passou, decidiu desligar o telefone na tentativa de a seguir resolver o problema.

INTERVENIENTES

- Roberto Carlos
- Armindo Guimarães
- Eduardo Lages

3 de Abril de 2014, Quinta-feira, 12,10h
O meu telemóvel toca.
Música E por isso estou aqui do CD ‘Inesquecível’ do maestro Eduardo Lages
Chamada anónima.
E eu atendo.

ARMINDO – Estou, quem fala?

EDUARDO LAGES – Armindo?

ARMINDO – Sim.

EDUARDO LAGES – Boa tarde, Armindo. É o Eduardo Lages que tá falando!

ARMINDO – Já vi que sim. Nem estou em mim!!!

EDUARDO LAGES – Como você viu? Tem vídeo em seu celular, é? Eheheheheh

ARMINDO – Foi uma força de expressão - é claro! Eheheheheh

EDUARDO LAGES – Tenho aqui um cara que quer falar com você e então eu vou passar meu celular pra ele, tá legal?

ARMINDO – Quem é o gajo, maestro?

EDUARDO LAGES – Cê nem vai acreditar, Armindo! Eheheheheh

ARMINDO – Já estou a imaginar quem é o cara. É o meu sobrinho Enrico!!!

EDUARDO LAGES – Meu neto só entra em bate-papo que meta o Barcelona. Nem sei como foi que ele se tornou fã de carteirinha desse time que nem sequer é brasileiro mas lá de Espanha. Andei tentando virar ele pro meu Flamengo mas acho que quem tá virando pro Barça sou eu. eheheheheh

ROBERTO CARLOS – Puxa, vida, Edu! Eu pedi pra você ligar pro gajo, digo, pro cara, mas pra eu falar e não você, pôxa! Cê sempre a mesma coisa, mora!

EDUARDO LAGES – Roberto, se acalme. Cê nem tá dando tempo de eu me despir, digo, me despedir do Armindo!

ROBERTO CARLOS – Cê já tá falando com ele há tanto tempo que até já tá se enganando como ele na palavra despedir, dizendo despir, e ainda quer tar falando mais tempo?

ARMINDO – eheheheheh

EDUARDO LAGES – Cê fala de mim mas você ainda nem sequer falou com o Armindo e já tá trocando brasuca com portuga.

ROBERTO CARLOS – Como, assim?!

EDUARDO LAGES – Cê disse gajo ao invés de cara, topou?!

ARMINDO –Já há muito tempo que eu não ouvia vocês pegados. Eheheheheh

EDUARDO LAGES – Armindo, vou passar o celular pro Roberto, tá legal? Ele tá querendo terminar com esta coisa dos bate-papos que você publica pra todo mundo ler e então se lembrou de pela primeira vez telefonar pra você.

ARMINDO – Pela primeira vez? Como, se este nosso bate-papo é o 48.º?

ROBERTO CARLOS – Oi, Armindo! Tá tudo bem com você, bicho? Imagino sua felicidade por finalmente eu telefonar pra você, mora!

ARMINDO – É verdade, pá! O nosso último bate-papo foi em 22 de Dezembro do ano passado, já lá vão três meses e eu até já andava lixado pra carago, pá!

ROBERTO CARLOS – Armindo, eu disse que finalmente estava telefonando pra você, porque como você muito bem sabe, este nosso bate-papo é o primeiro e como tal o único que não é fictício. Aí, eu até pensei que sendo o primeiro você ia ficar atrapalhado sem saber o que dizer e ao invés disso parece que você tá querendo me dar a volta como o Enrico deu a volta pra seu vovô Edu.

EDUARDO LAGES e ARMINDO
Eheheheheh

ARMINDO – Está bem, pá! Não há problema! Este passa a ser o 1.º Bate-papo entre Roberto Carlos e eu.

ROBERTO CARLOS – Nada disso, cara! Este é o primeiro e o último.

ARMINDO – O primeiro e o último? Explica isso direitinho aqui pro menino, tá?

ROBERTO CARLOS – Muito fácil, bicho! Cê tá dando bronca em tudo quanto é sítio, mora!

ARMINDO – Eu a dar bronca? Porquê, pá?!

ROBERTO CARLOS – Pá, digo, cara, cê deve imaginar que eu não tenho tempo para andar nessa coisa da internet, né?! Por vezes, bem que dou uma olhada mas meu tempo eu preencho tentando me inspirar pra compor. Mas sempre tenho alguém que me avisa como estão correndo as coisas nas redes sociais onde você está se tornando um pesadelo pra meus fãs que…

ARMINDO – Um pesadelo pros teus fãs? Ó Roberto, não te esqueças que eu sou um deles, carago?!

ROBERTO CARLOS – Sim, mas onde já se viu um fã de alguém ter fãs?

EDUARDO LAGES – eheheheheh

ARMINDO – Ó Roberto, eu não tenho culpa de terem criado no Facebook o grupo “Esse gajo é o cara”. Aliás, no último bate-papo falamos sobre este assunto e tu até achaste bem e agora…

ROBERTO CARLOS – Bicho, isso foi só um exemplo que eu dei, mas com você nunca existe só uma coisa, mora!

ARMINDO – Mas o que foi que aconteceu, Roberto?

ROBERTO CARLOS – Bicho, como se já não bastasse todo mundo telefonando e mandando mensagens pra minha Produção perguntando se nossos bate-papos são verídicos, agora também perguntam se eu liberei a marca Robertocalmex, mora!
ARMINDO – A marca Robertocalmex Mora?

ROBERTO CARLOS – Não, bicho! Robertocalmex, sem mora. Mora foi só uma minha força de expressão, né?! Não disfarce, cara!

EDUARDO LAGES – Roberto, bem que era bacana essa marca Robertocalmex Mora! Seria mais robertocarlistica. Eheheheheh

ARMINDO – eheheheheh

ROBERTO CARLOS – Edu, não se meta, tá legal? Armindo, então pra terminar com essa bagunçada me reuni com minha Produção e foi o Edu que deu a genial ideia pra arrumar de vez com o assunto.

EDUARDO LAGES – Roberto, a gente tinha acertado não dizer pro Armindo que fui eu que tive a ideia, carago, digo, caramba!

ROBERTO CARLOS – Edu, você me desculpe mas cê sabe que eu não sei mentir, né?!

EDUARDO LAGES – Mas você não precisava de mentir, Roberto. Apenas precisava de não dizer a verdade.

ROBERTO CARLOS – Edu, não queira tar numa como nosso, digo, como o portuga, com suas trocas e baldrocas que só causam confusão pra gente, mora!

ARMINDO – Ó Roberto, qual foi a ideia do maestro, pá?!

ROBERTO CARLOS – Muito simples, bicho! Se alicerçou na lógica das coisas, que como cê sabe se baseia no vocábulo grego logos que significa "ideia", "palavra", "razão" e "regularidade", e se emprega para designar tanto o conjunto de regras que acata o processo de pensar, reflexo da realidade, como a ciência das regras de raciocínio e de suas formas.

EDUARDO LAGES – Nem tô em mim!!!

ARMINDO – Nem eu, carago!!! Ó Roberto, tu agora andas numa de filósofo, é?

ROBERTO CARLOS – Bicho, meu negócio é música e se você não sabe, fique sabendo que música é sinónimo de conhecimento, daí eu me interessar pelas coisas da vida e da alma. Não sou como você que passa sua vida lendo dicionário como quem lê romance só pra poder aplicar frases faustosas.

EDUARDO LAGES – Puxa, vida! Essa foi forte, Roberto! Eu no lugar do Armindo nem saberia onde me meter, pôxa!

ARMINDO – Ó Mestre Maestro eu já estou habituado com essas saídas repentinas do Roberto, por isso já nem me admiro. Eheheheheh

ROBERTO CARLOS – Bicho, como cê tá habituado a minhas saídas se é a primeira vez que eu estou batendo papo telefónico com você?

ARMINDO – Ó Roberto, não te esqueças que este é o nosso 48.º bate-papo. Tal significa que antes deste já falamos 47 vezes. Eheheheheh

ROBERTO CARLOS – Não falamos, não! Cê tá se esquecendo que todos os outros foram fictícios e que só este é verídico e é por isso mesmo que eu estou telefonando pra você pra quebrar enguiço.

EDUARDO LAGES – Quebrar enguiço? Roberto, cê me desculpe mas está me parecendo que essa frase não é brasuca mas sim portuga. Cê queria dizer terminar de vez com o assunto, né?!

ROBERTO CARLOS – Edu, se deixe de coisinha, mora! Cê sabe tão bem quanto eu que esse é um dos problemas que o portuga nos vem trazendo, a gente andar aqui misturando alhos com bugalhos.

ARMINDO – Ó Roberto, o mesmo posso dizer eu que já nem sei quando estou a escrever à portuga ou à brasuca. É uma confusão do carago, pá!

ROBERTO CARLOS – Então cê tá me dando razão, mora! Terminando nossos bate-papos se acabam nossos problemas, né?!

ARMINDO – Ó Roberto e tu a dar-lhe!!!

ROBERTO CARLOS – Eu a dar-lhe? O que cê quer dizer com isso, cara?

ARMINDO – Que tu estás sempre a bater na mesma tecla dizendo que este é o nosso último bate-papo quando, como eu já disse, é o 48.º

ROBERTO CARLOS – Eu já disse pra você que este é o 1.º porque todos os outros foram fictícios.

ARMINDO – E eu disse-te que se queres considerar este o 1.º, tudo bem. O próximo será o 2.º e por aí fora.

EDUARDO LAGES – Roberto, vá direto no assunto.

ROBERTO CARLOS – Acontece o seguinte, Armindo: Cê sabe qual foi a solução dada pelo Edu?

ARMINDO – Ó Roberto, como é que eu sei se tu ainda não me disseste! Eu não sou bruxo, pá!

ROBERTO CARLOS – Até nesse aspeto cê se contradiz, mora! Cê passa sua vida lá no Facebook dizendo pros meus fãs que é Astro-Robertólogo, amigo e colega do famoso Professor Herculano Quintanilha da novela “O Astro”, botando até pras meninas e pros meninos previsões astro-robertólogas para 2014 e agora vem me dizer que não é bruxo?

EDUARDO LAGES – eheheheheh Roberto, essa foi na hora!

ROBERTO CARLOS – Armindo, acontece o seguinte: O 1.º bate-papo telefónico que você teve com o Edu, foi em 23-10-2007 e o último, o 11.º, foi em 9-1-2012. Curiosamente, este último foi o único verídico, já que todos os outros foram fictícios. Volvidos dois anos nunca mais aconteceu nenhum bate-papo telefónico entre você e o Edu. Então, como eu disse há pouco pra você, foi fácil pra Edu, se baseando na lógica das coisas, concluir que a solução pra você deixar de andar publicando bate-papos comigo, seria eu lhe telefonar de verdade, ou seja, eu telefonando pra você ao menos uma vez, sua exultação iria ser tal que deitaria por terra qualquer ideia de prosseguir inventando bate-papos. Me diga aí se Edu não teve uma ideia brilhante, bicho!!!

EDUARDO LAGES – Armindo, eu não queria prejudicar você, né?! Mas na verdade foi a ideia que eu tive quando o Roberto reuniu com a Produção e comigo para resolvermos o assunto, mas acho que já tô arrependido pois bem que nossos bate-papos são o delírio robertolageano.

ROBERTO CARLOS – Delírio robertolageano? Edu, saia dessa, cara! Cê tá ficando pior do que o portuga, mora!

ARMINDO – Ó Mestre Maestro, não se preocupe pois a coisa não é assim tão linear como parece. É certo que de todos os bate-papos telefónicos que tenho tido com o Roberto, este é o primeiro que é verídico e é fácil de imaginar como me sinto neste momento por, finalmente, ter a honra de conversar com o Roberto, ainda que à distância, porém, quer o Roberto, quer o Mestre Maestro estão a esquecer-se de um pequeno pormenor que vos passou ao largo e que deitou irremediavelmente por terra a pretensão de este ser o último bate-papo.

ROBERTO CARLOS – Bicho, se deixe de entretantos e passe logo aos finalmente, mora! Que truque você vai tirar de sua manga, mora!

EDUARDO LAGES – eheheheheh Roberto, a gente até se esquece que o gajo, digo, que o cara é mágico, pôxa!

ARMINDO – Não se trata de truque algum, mas tão somente da mesma lógica das coisas que serviu de base à ideia do Mestre Maestro, ou seja, este bate-papo que agora está a acontecer é o 12.º Bate-papo entre Eduardo Lages e eu, e é desse jeito que eu vou publicá-lo.

ROBERTO CARLOS – Como, assim, bicho?!

ARMINDO – Quem me telefonou não foi o Roberto Carlos, mas sim o maestro Eduardo Lages que depois de uma breve conversa comigo passou o celular pro Roberto. Certo? Então…

(chamada desligada)

AVISO:

O texto que acabaram de ler é fictício.
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

A ficção revela verdades que a realidade omite
Jassemin West

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