11.º Bate-papo entre Roberto Carlos e eu – Não dá mais pra continuar

DO TEXTO: Esta foi a conversa que tivemos naquele que foi, lamentavelmente e pelas razões expostas, o nosso último bate-papo.
Roberto Carlos.




NÃO DÁ MAIS PRA CONTINUAR



Por: Armindo Guimarães


Quero contar mas palavras não me saem, talvez por a minha mente se recusar a admitir o que de tão mau tem armazenado desde que há cerca de duas horas aconteceu aquele que foi o “11º bate- papo entre Roberto e eu” que, ao que tudo indica, é o último.

30 de Maio de 2006, terça-feira, 13,30h
O meu telemóvel vibra.
Trrrrrrr, trrrrrrr, trrrrrrrr... Chamada anónima.
E eu atendo.

ARMINDO – Estou!
ROBERTO – Olá Mindo, sou eu!
ARMINDO – Como? Já a telefonares-me? Nem estou em mim, carago!!! Que se passa, pá? Tá tudo bem contigo?
ROBERTO – Tudo mal, bicho! Estou lhe telefonando só pra dizer que não admito você faltar ao que combinamos. Então aí não dá mais pra continuar nosso bate-papos.
ARMINDO – Ó Berto, o que foi que eu fiz de mal, carago?
ROBERTO – Muito simples, cara! Em um dos muitos assuntos que falamos em nosso último bate-papo eu lhe revelei fatos desconhecidos de todo mundo. Porém, tudo sob a habitual condição de em sua publicação tudo ser fictício. E você bem que no final fez aviso disso. Mas acontece que ontem mesmo cê deu uma no cravo e outra na ferradura, indo para uma sala do fórum do Portal Clube do Rei revelar que a concretização de um acontecimento ocorrido no Hotel Marina, se deveu a nosso bate-papo, me deixando ficar mal. Então aí, não dá mais, não, bicho…
ARMINDO – Ó Berto, pensando bem, reconheço que me precipitei mas sabes que foi o meu coração a falar pela alegria sentida pelo Fabiano e pelo CMarley, carago!
ROBERTO – Tudo bem, cara. Fique com seu coração e com meu abraço. Apesar de tudo, saiba que adorei nossos bate-papos, bicho. Até um dia!
ARMINDO – Já vais desligar, Berto?
ROBERTO – É isso, Mindo. Um abração.
ARMINDO – Um abraço, Berto!

***

Esta foi a conversa que tivemos naquele que foi, lamentavelmente e pelas razões expostas, o nosso último bate-papo.

E isso faz-me lembrar o que há muito vinha pensando sobre o Roberto, devido ao conhecimento que da sua personalidade fui obtendo, mercê das nossas longas conversas: que, afinal, o Roberto é como eu, ou melhor, como todos nós, ou seja, é implacável no amor, na amizade e gosta de brincar, excepto em serviço. E foi esta última parte que eu descurei e que ele não me perdoou.

Se eu pudesse, bem que lhe telefonava logo após ele me ter dito “até um dia”, só que, como toda a malta sabe, o Roberto nunca me deu o seu contacto telefónico, precisamente por saber que eu tenho o coração perto da boca e que facilmente o iria revelar a alguém que por sua vez o revelaria a outros, que por sua vez…

Neste momento difícil, em que me sinto impotente para voltar a chamar a mim o Nosso Mais Que Tudo, surge-me a ideia de pedir a ajuda da malta do Portal no sentido de apelarem ao Roberto por mim, pois, como sabem, ele quando pode está aqui batido a ler isto e aquilo. Porém, pensando melhor, nem isso devo pedir à malta do Portal, mas apenas limitar-me a dar a mão à palmatória e concluir que ele tem razão e que o que é de mais é erro. Eu tenho de aprender comigo mesmo!

Finalmente, o nosso bate-papo foi tão amargo e rápido que nem tempo deu para eu perguntar ao Roberto se queria que, mesmo assim, o publicasse como habitualmente no fórum do Portal Clube do Rei. Por isso, ou bem ou mal, tomo a liberdade de o fazer, pois penso que é meu dever dar a todos uma satisfação sobre o sucedido. Contudo, ainda que pela última vez, mas respeitando o combinado entre mim e o Roberto (embora pela primeira vez o fazer a contra gosto), finalizo esta reportagem com as habituais frases finais.

AVISO:

O texto que acabaram de ler é fictício.
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

A ficção revela verdades que a realidade omite
Jassemin West

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