O cara está de volta

DO TEXTO:
Depois de nove anos, Roberto Carlos retorna a Juiz de Fora com show que inclui hits da novela 'Salve Jorge'


Por MARISA LOURES

Chegou o dia de conferir de perto se Roberto Carlos é mesmo "o cara que pensa em você toda hora, que conta os segundos se você demora, que está todo o tempo querendo te ver, porque já não sabe ficar sem você", conforme canção entoada exaustivamente nas cenas da última novela das nove, "Salve Jorge", da Rede Globo.
Para deleite dos fãs, no show de hoje, às 21h, no Expominas, onde ele chega com orquestra composta por 16 músicos e três vocais, sob o comando do maestro Eduardo Lages, não vão faltar clássicos dos velhos tempos, como "É proibido fumar", "O Calhambeque", "Eu te amo, te amo, te amo', "Como é grande o meu amor por você", "O portão", "Emoções", "Além do horizonte", "Cama e mesa", "Desabafo", "Proposta" e, é claro, "Jesus Cristo" e "Nossa Senhora". Desde que firmou seus laços com a religião, as benção do céu não podem ficar de fora.

Até o fechamento desta edição, havia poucos ingressos disponíveis. Foram vendidos cerca de cinco mil, portanto a produção do show orienta os fãs a irem de taxi, combinando a volta inclusive, uma vez que o estacionamento do Expominas possui apenas 1.200 vagas.
Para quem esteve no campo do Sport Club, em 2004, o set list não é muito inovador, mas por que mudar? O segredo do seu sucesso é manter a fórmula, como aponta suas admiradoras. Um dos instantes mais esperados é a apresentação das canções "Esse cara sou eu" e o funk "Furdúncio". A novidade fica por conta do remix de "Fera ferida", música que o DJ Memê fez para o álbum 'Remixed', que chegará às lojas em setembro deste ano. A aproximação com o público jovem é assegurada com a pegada eletrônica de algumas de suas canções.

"Não adianta nem tentar me esquecer. Durante muito tempo em sua vida eu vou viver." Com essas palavras, Roberto Carlos parecia profetizar que seu sucesso atravessaria gerações. Quando escreveu "Detalhes", em 1971, já figurava na lista dos artistas que mais vendiam discos no mundo, mas foi nesta época que sua obra passou a apresentar traços cada vez mais românticos, delirando suas seguidoras. Antes de ter um pequeno desentendimento com o parceiro de composições Erasmo Carlos, o Rei já havia deixado seu nome marcado na história do rock'n'roll, sendo considerado um dos pais da Jovem Guarda - movimento cultural que fisgou multidões, inclusive a mineira Maria de Lourdes Pavie.

Acostumada a acompanhar o músico por onde ele passa, ela já garantiu o ingresso para a apresentação desta sexta. Embora faça questão de dizer que não é tiete, ao atender o telefonema da Tribuna, a belo-horizontina, que mora em Juiz de Fora desde 1986, fez questão de vir à Redação, trazendo parte do seu acervo sobre o cantor. "Ele é um ícone da música brasileira e merece ter sua história preservada", diz ela, que guarda numa moldura as duas rosas ganhadas, uma branca e uma vermelha.

"As primeiras a gente nunca esquece. Por isso, as conservei", conta para logo expor pulseiras que dão entrada a camarotes, convites para o especial exibido anualmente pela Globo, recortes de jornais, ingressos de todos os shows que já foi, incluindo Buenos Aires, além de folheto de uma missa celebrada em intenção à Maria Rita, esposa do cantor, falecida em 1999. Dentre as fotos tiradas, sua preferida é a que marca sua passagem pelo projeto "Emoções em alto-mar". "Ele sempre reserva algo de diferente para o público", sentencia.
De acordo com ela, a paixão por Roberto Carlos começou ainda na infância. Aos 9 anos de idade, acompanhando os gostos do pai, passou a colecionar vinis, fitas cassetes e em VHS, que logo depois foram substituídos por CDs e DVDs. 

A garotinha e o irmão, Alex Pavie, não resistiam à moda ditada pelo trio formado por Wanderlea, Roberto e Erasmo. Enquanto ela não dispensava minissaias, botas e shorts usados pela loira, ele apostava nas calças boca de sino dos dois amigos. "Roberto era um ídolo da meninada", comenta, apontando para o primeiro disco que comprou: o álbum "Roberto Carlos", de 1963, composto por canções como "Splish splash" e "Parei na contramão." Antes de ir embora, ainda fez questão de mostrar o trabalho final do curso de especialização em televisão, cinema e mídias digitais, defendido em 2009 na UFJF, em que faz uma análise do filme "Roberto Carlos em ritmo de aventura".
Quem também já está contando as horas para o grande momento é a trirriense Sonia Figueiredo. Toda a discografia do cantor ocupa lugar em seus guardados desde a pré-adolescência. 

Apesar de não ter conseguido garantir uma cadeira bem próxima do Rei, um binóculo fará o palco parecer mais perto. Tudo para tornar a ocasião ainda mais especial, pois é um presente para a irmã Silvia Figueiredo que, ao contrário dela, nunca esteve em um show do cantor. "Não vou só para vê-lo. Vou porque gosto do espetáculo grandioso, gosto da emoção de estar lá, da orquestra." Sonia também comenta que nunca tentou chegar perto dele, mas faz parte do fã clube de Natal, no Rio Grande do Norte. "Sempre passo férias lá. Quem sabe assim não consigo um dia pegar a rosa?", indaga, destacando o show de 50 anos no Maracanã como um dos melhores.

O cantor só concede uma única entrevista por ano, conforme afirmou a assessoria de imprensa. A julgar por mais uma de suas composições, tudo indica que a noite será de muitas "Emoções". "Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo.Olhando pra você, e as mesmas emoções sentindo..."

A fã Maria de Lourdes Pavie coleciona ingressos de shows do cantor


 http://www.tribunademinas.com.br
07 de Junho de 2013 
POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários