Sete anos de Brasil

DO TEXTO:



Por: Carlos Alberto Alves
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Sempre tive espírito de aventura. Até recebi, há anos atrás, o epíteto de “homem sem medo”, em função das matérias mais contundentes, algumas, inclusive, visando figuras públicas do meu portugalzinho. Aliás, nos meus escritos, alinhavados aqui no Brasil desde que retomei a minha actividade com


mais regularidade – a partir, sobretudo, de 2007 -, não mudei a minha postura em relação aos nossos queridos políticos. Quem me acompanha neste trilho, sabe muito bem que não deixo (jamais deixarei) de meter as farpas, inclusive no Presidente da República, Primeiro Ministro e por aí fora. Quando tiver de quebrar, o pau quebra mesmo, doa a quem doer. Utilizando a velha máxima, “dura lex, sed lex”.

Ora, nascido no arquipélago dos Açores, na cidade de Angra do Heroísmo (ilha Terceira), desde muito cedo que sonhava com o Brasil, através das músicas que ouvia na rádio local, o RCA (mais tarde acabaria mesmo por seu um dos seus ativos colaboradores), citando, nomeadamente, Timóteo, Ângela Maria (meu primeiro amor, era a minha preferida), Agostinho dos Santos e, claro está, Roberto Carlos (nessa altura não sabia que tinha o epetito de Zunga) e Erasmo Carlos. Nesta sequência, muito mais adiante, a leitura dos escritos do Dr. Duda Guennes no jornal “A BOlA”, ao qual estive ligado por um período de 20 anos. Brasil sempre no meu pensamento. Como e quando iria concretizar um sonho que começou durante a minha adolescência?

Obviamente que, após me transformar em jornalista – um percurso que perfez 47 anos em 10 de Março deste ano -, acabaria por conhecer vários países em serviço de reportagem – Estados Unidos 8 vezes, Canadá 5, Alemanha 3, Canárias 2, Macau, Angola, Estrasburgo, Grécia, Inglaterra, Suíça, Europa Latina. Analisando bem, comecei a ser um “habitué” dos Estados Unidos e, como tal, hoje à-vontade para falar desse país, da sua política, por exemplo. Servem de paradigma os vários textos que escrevi sobre Obama.

Mas é do Brasil que falo e quero continuar. Dizem que sonhar é fácil, concordo plenamente. Mas há sonhos e sonhos. Mas há persistentes e persistentes. Eu sonhei e, volvidos muitos anos – à volta de 47 -, viria mesmo ao Brasil, logo após me aposentar jornalisticamente falando (aposentar? Não sei o que é isso, porque ainda hoje continue a ter muita fome pela escrita). Marquei viagem para 20 de Agosto de 2004. Fi-lo discretamente, sem grandes alaridos. Poucos colegas e amigos souberam da minha vinda. Muitos se interrogavam – segundo relato dos meus familiares mais próximos – sobre o meu paradeiro. Só o souberam quando, muito mais tarde, muito mesmo, as minhas primeiras matérias começaram a ser publicadas em Portugal com o genérico POSTAL DO BRASIL.

Concretizei o sonho. Quando desembarquei no Galeão, olhei para o céu e agradeci a Deus. Cogitei e, ao percorrer uns pequenos metros da pista, voltei a olhar para o céu com este pensamento: a ti me entrego, meu Deus! Na verdade, estava entregue ao meu próprio destino, sem nenhum familiar nestas paragens.

Açores - 9 Ilhas Maravilhosas


Eu e Amo meu Brasil



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