Também temos um King, mas este da bola

DO TEXTO:



Carlos Alberto Alves
jornalistaalves@hotmail.com
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Em 1968, acompanhei o Belenenses em Angra do Heroísmo numa disputa de uma eliminatória para a Taça de Portugal, popular competição do futebol nacional. Acompanhei de perto a comitiva “azul” de Belém porque lá se encontrava um velho amigo que conheci em Angola e que, em função do seu potencial futebolístico, veio para Portugal representar o Belenenses, trazido pela mão do “velho capitão” Mário Wilson que o observou, em 22 de Agosto de 1966, num jogo disputado em Silva Porto (Distrito do Bié) entre a Associação Académica de Coimbra e a selecção local, jogo esse em que fui o árbitro escolhido para dirigi-lo. A Académica (apenas) venceu por 1-0, com golo de Serafim logo aos oito minutos. E ficou-se por ali. O que parecia ser “favas contadas” em termos de resultado volumoso, acabou por não o ser.

Estou a falar, em termos pessoais, de Eduardo Laurindo da Silva, que mais tarde, após a Independência de Angola, acabaria por ser um dos ministros do desporto naquela ex-província portuguesa.

Ora, foi através de Laurindo que conheci o guarda-redes (no Brasil diz-se...goleiro) Félix Mourinho, que transitou do Vitória de Setúbal para o Belenenses. Na época, um dos melhores guarda-redes do futebol português, indiscutivelmente. Depois, finda a carreira, passou por treinador nas divisões secundárias e ficou-se por aí. Quem foi muito mais além como treinador, e sem ser um futebolista conhecido (longe disso), foi seu filho José Mário Mourinho, hoje com um trajecto notável (e invejável) ao serviço do futebol que, quer queiram quer não, com todas as suas vicissitudes, continua a ser o desporto das multidões.

Por vezes apontado como polémico, porque não tem papas na língua e enfrenta os “lobbies” sem qualquer espécie de receio, José Mário Mourinho foi, agora, considerado o melhor treinador do mundo, eleição que corrobora o indubitável valor do nosso compatriota no universo da bola.
Mourinho tem um trajecto ímpar fora do seu país, o nosso Portugalzinho onde ele, depois de curtas passagens pelo Sporting (adjunto de Sir Boby Robson), Benfica e União de Leiria, se destacou no Futebol Clube do Porto, vencendo a Champions League e o respectivo Mundial de clubes. Antes de vir para Leiria e Porto, Mourinho, como se sabe, trabalhou com Robson e Van Gaal no Barcelona. Depois do Porto foi para o Chelsea (duas vezes campeão) e, no momento, sem dúvida histórico para a sua carreira, José Mário Mourinho, ao serviço da Inter de Milão, conquistou a Copa de Itália, Campeonato (pela segunda vez consecutiva) e Champions League, curiosamente, nesta última competição, tendo como adversário o holandês Van Gaal, com quem, conforme já referimos, foi um dos adjuntos no Barcelona. Só que agora, com todo o mérito, Mourinho não será mais adjunto de ninguém. Ele que é, actualmente, o melhor treinador do mundo, para gáudio de seu pai Félix Mourinho, um homem com grande vivência no futebol e que, por certo, passou as raízes para o seu filho, raízes essas que José Mário foi produzindo com a alta qualidade que todos nós reconhecemos e muito apreciamos. Os títulos falam por si, sobretudo aqueles conseguidos em dois países estrangeiros onde o futebol é altamente competitivo, ou seja, a Inglaterra e a Itália. É por isso que ele continua (e continuará no futuro) a ser conhecido por “special one”. É por isso que José Mário Mourinho é uma das grandes referências de Portugal no mundo. Eram dois e agora passam a ser três: Amália Rodrigues, Eusébio e José Mourinho. 


Para ele, José Mário Mourinho, o nosso aceno de simpatia. Agora está Real Madrid, na sequência de um namoro antigo e concretizado após o jogo Inter-Bayern. Se Mourinho vencer a Champions League no Real Madrid, consegue um feito inédito, ao conquistar esse apetecido título do Velho Continente ao serviço de três clubes diferentes.

JOSÉ MOURINHO
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