Portugueses no Brasil hoje

DO TEXTO:



Por: Carlos Alberto Alves
Email: jornalistaalves@hotmail.com


Portugueses virados para a indústria da panificação

Curiosamente, encontro no Brasil aspectos semelhantes aos de Angola, inclusive o paisagismo. Quantas vezes já disse isso quando passo em sítios que me fazem recordar a nossa ex-Província Ultramarina. É de todo inquestionável que os portugueses são trabalhadores quando saem do seu país, servindo de paradigma aqueles que rumaram para os Estados Unidos, Canadá e Brasil. De Angola, também marcaram presença relevante no comércio, por exemplo. Era assim o destino da maioria dos civis, como eram conhecidos junto das Forças Armadas. Lembro-me, nomeadamente, de um civil que tinha uma mercearia-bar em General Machado (Camacupa) e que era da Calheta, São Jorge. Sempre que podia, lá ia bater um “papo” com este nosso conterrâneo, de nome Francisco. Muitas vezes ia comer uma “galinha de fricassé”, especialidade da casa. Mas, como o mundo é pequeno, no primeiro Festival de Julho, realizado na Calheta, e que lá estive ao serviço de A União, encontrei esse mesmo cidadão que, após regressar de Angola, logo a seguir ao processo de Independência, rumou para a sua terra, concretamente para a Calheta. Óbvio que festejamos esse nosso reencontro com uma “fresquinha” da ordem.
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Ao invés do que se passa nos Estados Unidos e no Canadá, para apenas citar estes dois países de acolhimento à emigração portuguesa, no Brasil a esmagadora maioria dos portugueses viraram-se para a indústria da panificação e, também, açougueiros – em Portugal diz-se talhantes -. Mas é nas padarias que se encontram mais portugueses emigrados para o Brasil há muitos anos. Sempre ouço dizer: aquela padaria é de português. Vou para outra localidade, o mesmo blá-blá, ou seja, padarias de portugueses. E, na verdade, é nas padarias onde, ultimamente, tenho feito algumas amizades com portugueses, a última das quais com o senhor Manuel (mais um Manel para a minha já extensa lista de amigos com esse nome), natural de Aveiro e que sempre nos fala da sua terra com um enorme entusiasmo. E eu, guloso como sou, vou replicando: quando aqui chegam os saborosos ovos moles? Há a promessa de que, brevemente, na sua (e nossa como cliente) padaria vamos ter esse doce divino. Mais um dado curioso: o amigo Manuel de Aveiro, tal como eu, é simpatizante do Sporting Clube de Portugal e do Clube de Regatas Vasco da Gama. Neste último domingo (dia 25), no meio da lufa-lufa na padaria (é dia de vender muitos frangos de churrasco. Ainda não chegou aqui o “frango Roberto”), falamos da vitória do Vasco na noite do dia anterior, ante o Atlético Goiano que, na ronda anterior, tinha batido o líder Corinthians, sem apelo nem agravo. E como ele não tem muito tempo para entrar na internet, sempre lhe passo algumas informações sobre o Sporting, a mais recente de que o Sporting tinha vencido o Manchester City e que o Liedson, aqueceu, aqueceu, e não entrou no jogo. Ele que gosta muito do Liedson. Eu prefiro o saboroso pão da sua padaria. E que venha agora os ovos moles de Aveiro. A propósito destes, lembro-me que, em 1991, quando o Nacional da Madeira e o Beira-Mar se defrontaram no Estádio de São Miguel (por interdição do estádio do Nacional, então treinado por Manuel de Oliveira), o presidente do Beira Mar, Vieira da Silva, no almoço com os jornalistas no Hotel São Pedro, ofereceu algumas caixas de ovos moles aos presentes. Eu trouxe duas caixas, uma na qualidade de chefe de redacção do Jornal do Desporto e a outra como correspondente de “A Bola” nos Açores, uma vez que também fui trabalhar para “A Bola”, fazendo a reportagem de cabinas. Sempre ganhei alguma vantagem em relação aos restantes colegas.

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Matéria gentilmente enviada pelo autor, amigo do Splish Splash



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2 Comentários

Comentários

  1. Olá Carlos Alberto!

    Realmente em todos lugares que morei, sempre achava uma padaria de portugueses.
    Mas também têm mercearias,açougue,
    e se dedicam também no setor culinária.E como cozinham bem!

    Muito bom seu texto, e o vídeo maninho, apesar de já ter estado por aqui, é sensasional.

    Parabéns aos dois e um abraço,
    Carmen Augusta

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  2. Sou português a viver na Paraíba desde março de 2011, no entanto as coisas não me teem corrido bem, sou jornalista há quase 25 anos e encontro-me atualmente numa situação menos boa, queria pedir ajuda a qualquer português em qualquer parte do Brasil que me possa apoiar seja de que maneira for, o meu endereço é goisegois@hotmail.com e tenho ainda a minha página oficial em http://antoniogois.no.sapo.pt...preciso realmente de orientações, estou devidamente legalizado pois casei com brasileira mas entretanto já me encontro separado e com as portas a fecharem-se aqui pois a familia dela é muito influente nesta região, começo a desesperar e por isso peço ajuda. Obrigado desde já. Não estou a pedir ( dinheiro nem qualquer tipo de bem ) quero apenas orientações de alguma comunidade portuguesa ou de algum empresário que me possa ajudar com emprego. Desde já agradeço o apoio.
    António Góis

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